No que depender de Andy Jassy, o CEO que substituiu Jeff Bezos no comando da Amazon, a companhia vai passar a olhar com cada vez mais atenção para o mercado de saúde e cuidados médicos, tido como o setor que mais entusiasma o executivo.
A revelação veio através de um áudio vazado de uma reunião feita ainda em novembro do ano passado entre Jassy e funcionários da companhia. Na conversa, Jassy diz que as inovações que a Amazon está trazendo para o setor de saúde “mudam radicalmente o jogo”, segundo o site americano Business Insider.
O executivo afirmou que a companhia é um “disruptor significativo” no campo da assistência médica dado o potencial do Amazon Care, o negócio de cuidados médicos por telemedicina e que permite, em alguns locais, o envio de receitas médicas pelo correio e até a visita presencial de uma enfermeira na casa das pessoas para a realização de exames simples.
De acordo com Jassy, as inovações na medicina a distância sob demanda podem melhorar o processo de atendimento médico, reduzindo longos tempos de espera e resolvendo problemas como agendamento imprevisível e a necessidade de realizar deslocamentos para farmácias.
O executivo ainda afirmou que a experiência padrão de consultar um médico atualmente será vista daqui dez anos como “loucura”.
A Amazon não vem poupando esforços para fazer valer sua ideia de revolucionar o setor de saúde. Em 2018, por exemplo, a companhia gastou US$ 750 milhões na aquisição da startup de farmácia online PillPack. Desde então, passou a investir no setor com soluções de cuidados primários, entrega de receitas médicas e serviços de diagnóstico.
Segundo o Business Insider com base em documentos internos e relatos de pessoas familiarizadas com o assunto, os planos da Amazon envolvem dobrar seus esforços no setor para expandir a atuação para mais áreas de olho num setor que movimenta US$ 4,1 trilhões nos Estados Unidos e que pode chegar a US$ 5 trilhões, conforme aponta o US Centers for Medicare and Medicaid Services.
A varejista não é a única de olho neste setor. As big tech, como Microsoft e Google, já dão seus passos no segmento, principalmente com investimentos em computação em nuvem e inteligência artificial.
Até setembro do ano passado, segundo dados da consultoria CB Insights, os investimentos somados de empresas como Amazon, Google, Microsoft, Apple e Facebook em saúde foram de US$ 3,1 bilhões.
Ao mesmo tempo em que está de olho em aumentar suas receitas, a Amazon também vai precisar lidar com a pressão de órgãos reguladores que temem que a companhia se torne grande demais, ainda mais em um setor crítico e extremamente relacionado com o uso de dados.