Com passagens por empresas como BRF, AB InBev e Tarpon, Leonardo Byrro assumiu o posto de CEO do Grupo Mafra, de fabricação e distribuição de produtos médicos, há exatos quatro anos. De lá para cá, muita coisa mudou. A começar pelo nome da companhia, rebatizada, no início de 2021, como Viveo.
Em agosto do mesmo ano, veio o IPO na B3. Com a captação de R$ 1,9 bilhão e um plano agressivo de aquisições, a holding consolidou uma operação com 17 empresas, avaliada em R$ 4,8 bilhões e que abastece os estoques de grandes redes hospitalares a clínicas, laboratórios e farmácias.
De olho em novas receitas e na busca por ser uma one stop shop do setor de saúde, a empresa não tem medido esforços para abranger todos os elos dessa cadeia. E, nesse movimento, sua mais nova aposta envolve um olhar mais atento para a oferta de serviços e o atendimento a pacientes.
“Temos um mercado endereçável de serviços e medicamento direto ao paciente de mais de R$ 80 bilhões”, afirma Byrro, em entrevista ao Conexão CEO (vídeo completo acima). “Nosso market share aqui é bem menor, mas é um mercado gigantesco e com um potencial muito grande de crescimento.”
A linha de negócios voltada aos pacientes começou a ser estruturada no fim de 2020, com a compra da startup Far.Me, que atuava em Belo Horizonte (MG). Em 2021, o serviço, que envolve a venda e a entrega de medicamentos, por meio de assinaturas mensais, foi expandido para São Paulo.
Essa frente está atrelada ao Programa de Suporte ao Paciente (PSP), que fornece informações sobre medicamentos e que acaba de ganhar um reforço com a aquisição da Azimute Med, o acordo mais recente da Viveo, fechado em janeiro deste ano, por R$ 38 milhões.
Agora, a partir dessa conexão direta com os pacientes, um dos focos da Viveo é dar mais peso ao uso de inteligência artificial para analisar as interações medicamentosas e aprimorar o monitoramento e a adesão dos tratamentos na ponta.
Para isso, o grupo começa a buscar parcerias para que esses serviços, tanto de entregas como de acompanhamento do paciente, possam ser custeados também pelos planos de saúde. Ao mesmo tempo, a empresa avalia incorporar novos serviços nesse segmento.
“Isso tem muito valor para as operadoras porque, no fim das contas, ajuda a reduzir a sinistralidade e os custos lá na ponta”, diz Byrro. “Esse é o ciclo que a gente quer conseguir fechar e provar ao longo do tempo.”
No programa, Byrro fala ainda da estratégia de aquisições da Viveo, da oferta de serviços e tecnologias para hospitais, de produtos financeiros, do projeto de marketplaces e dos impactos e perspectivas para o setor de saúde com o novo avanço da Covid-19.