A empresa de energia Eneva está propondo uma fusão com Vibra através de uma troca de ações em que cada uma das empresas ficaria com 50% da companhia resultante, de acordo com um fato relevante divulgado na madrugada desta segunda-feira, 27 de novembro.

Eneva e Vibra têm como acionista comum a gestora Dynamo, que detém 10,7% da Eneva e 10,28% da Vibra, o que poderia ser um facilitador para o acordo. O BTG Pactual conta com uma fatia de 22,02% da Eneva e a Cambuhy, da família Moreira Salles, 19,73%.

De acordo com os termos, a Vibra tem 15 dias para analisar a proposta, um prazo considerado curto para uma fusão dessa magnitude. Pela proposta, a Vibra incorporaria a Eneva.

Além da Dynamo, são acionistas da Vibra, que concluiu sua privatização em 2021, o empresário Ronaldo Cezar Coelho (8,58%) e a BlackRock (5,01%).

Atualmente, as duas companhias têm valor de mercado próximos. A Vibra está avaliada em R$ 24,8 bilhões, enquanto a Eneva tem uma capitalização de R$ 20,7 bilhões. A união poderia criar uma empresa de R$ 50 bilhões.

Na carta enviada aos conselheiros da Vibra, a Eneva cita que a combinação dos negócios tem alguns méritos. Entre eles, criar a maior companhia de combustíveis do Brasil e a terceira maior companhia de energia listada do Brasil, atrás de Petrobras e Eletrobras.


Outros fatores citados são a geração comercial em que a Vibra conta com mais de 30 milhões de clientes (aproximadamente 18 mil deles B2B), enquanto a Eneva tem expertise na comercialização de gás. O documento fala de sinergias, embora não divulgue nenhum número em relação a esses ganhos.

O BTG Pactual informou também que tem a intenção de concentrar seus investimentos em energia na companhia combinada. O banco de André Esteves é dono de um portfólio de quatro usinas térmicas, avaliadas em R$ 2,5 bilhões, que pretende ofertar para a companhia resultante da fusão.