Nos últimos anos, a JHSF passou a marcar território no mercado de alta renda posicionando a marca hoteleira Fasano, da qual é controladora, em outras partes do mundo. Mas, em dezembro do ano passado, José Auriemo Neto, chairman da companhia declarou, em entrevista ao programa É Negócio, parceria entre NeoFeed e CNN Brasil, que a empresa daria foco à expansão internacional.
“Existe um desafio hoje internacional nesse segmento de hotel nessas regiões de alta renda. Então esse é um segmento que a gente pretende focar e reter parte da nossa atenção, dos nossos recursos, justamente para a gente conseguir ter uma presença e ser uma referência”, disse Auriemo Neto, o Zeco, na ocasião. Dito e feito. A JHSF acaba de anunciar, em fato relevante, a entrada na Itália.
A empresa vai levar a marca Fasano para a Sardenha, onde os brasileiros de alta renda e quem faz o PIB global costumam passar os verões de “dolce far niente” debruçados sobre o Mediterrâneo. Segundo o comunicado da companhia, “a JHSF Participações S.A. anuncia, a aquisição da participação de controle na Tavolara Bay S.r.l., situada na região da Sardenha, Itália, em frente a Isola Tavolara, através da JHSF Capital”.
O empreendimento, que ficará perto do porto de San Paolo, com vista para a ilha de Tavolara, é grande. Ele, diz o comunicado, será implantado numa área de frente para o mar, com praia, em uma área de 500 mil metros quadrados.
O Hotel Fasano Sardenha terá aproximadamente 60 quartos e suítes. Além disso, serão vendidos 30 terrenos, com áreas entre 200 metros quadrados e 500 metros quadrados cada, com vilas exclusivas, vistas para o mar, e serviço hoteleiro operado pelo Fasano. O empreendimento ainda contará com Beach Club Fasano, marina para barco, restaurantes e um centro comercial com grifes exclusivas.
O projeto vai somar a outros que o grupo já tem, como os de Nova York e Punta del Este, e a outros que estão em fase de construção e acabamento, caso de Miami e Londres. O hotel Fasano na cidade da Flórida deverá ser inaugurado, em 2025, e o de Londres, em 2026.
Para suportar o crescimento e os altos investimentos que têm feito nesses projetos, a JHSF tem recorrido à JHSF Capital, a gestora do grupo, criando fundos específicos para cada projeto. É isso o que está acontecendo com o hotel de Londres. A julgar pelos passos mais recentes da companhia e pelo fato de a JHSF ter estruturado esse deal na Itália, isso deve acontecer na Sardenha.
O anúncio vem em um bom momento da companhia comandada pelo executivo Augusto Martins. Na semana passada, a JHSF apresentou os números do segundo trimestre e eles vieram acima das expectativas. O grupo reportou um lucro líquido consolidado de R$ 168,8 milhões, alta de 59,5% sobre igual período, um ano antes.
O Ebitda ajustado entre abril e junho foi de R$ 202,7 milhões, um desempenho 26,7% superior sobre o segundo trimestre de 2023. Já a alavancagem, medida pela relação dívida líquida/Ebitda ajustado, ficou em 1,56 vez, contra 1,63 vez, há um ano.
E a receita líquida dos negócios de renda recorrente, a menina dos olhos de Martins, foi de R$ 284,2 milhões, uma expansão anual de 24,8%. Enquanto o lucro líquido no segmento teve um salto de 414,5%, para R$ 78,8 milhões.