A pandemia segurou por um tempo, mas não brecou o movimento de fusões e aquisições no mercado brasileiro. Tanto que, de janeiro a setembro de 2020, ocorreram 687 transações no País, um recorde para o período, segundo dados da PwC Brasil, obtidos com exclusividade pelo NeoFeed. Em setembro deste ano, foram 92 transações, um recorde também para o mês.

O volume de transações, até agora, está 10% acima do apresentado no mesmo período de 2019, quando o Brasil teve 912 negócios de fusões e aquisições, o melhor desempenho da série histórica da pesquisa da PwC. “Acredito que devemos superar as mil transações em 2020”, afirma Leonardo Dell’Oso, sócio da PwC.

É nesse cenário que está nascendo uma nova boutique de fusões e aquisições no mercado brasileiro. É a OBB Capital, que surge com quatro sócios com experiência nesse mercado. São eles Ademar Couto, Flavio Pestana, Luiz Wever e Luiz Crispim.

Couto, Pestana e Wever, por exemplo, atuam também na Odgers Berndtson, uma das principais empresas de recrutamento de executivos de alto escalão do mundo. Crispim, por sua vez, tem experiência no mercado de M&A, private equity e venture capital. De 2009 a 2019, ele foi sócio da Santa Fe Asset Management. “Nosso foco são empresas sólidas e familiares, com faturamento entre R$ 100 milhões e R$ 1 bilhão”, afirma Crispim.

Negócios acima de R$ 1 bilhão estão nas mãos de grandes bancos, como BR Partners, Itaú BBA, Bradesco BBI, BTG Pactual e XP e outros bancos de investimentos que atuam no Brasil.

A OBB Capital vai atuar numa faixa que concentra a maior quantidade de negócios de fusões e aquisições no mercado brasileiro: o middle market. “Entre 80% e 90% das transações de fusões e aquisições no Brasil são faixa abaixo de R$ 1 bilhão”, afirma Dell'Oso.

É um mercado altamente competitivo, composto por diversas boutiques especializadas em assessorar negócios. Entre elas, destacam-se nomes como IGC Partners, Condere, JK Capital, Setter Investimentos, entre outras empresas.

A OBB Capital, que atua de forma independente da Odgers Berndtson, foi estruturada no início deste ano. E, por conta da pandemia, está começando a acelerar os projetos partir de agora. A meta é trabalhar de oito a dez mandatos por ano. No momento, a OBB Capital está atuando em quatro operações.

A boutique atuará também em captação de recursos e operações estruturadas e especiais de crédito, como a montagem de FDICs (Fundos de Investimentos em Direitos Creditórios) e até mesmo fundos imobiliários.

O grupo de sócios já trabalhou em conjunto, antes de criar a OBB Capital, em alguns negócios de fusões e aquisições. É o caso da venda do aplicativo Queima Diária para a rede de academias Smart Fit em que Couto, Wever e Crispin assessoraram.

Couto também participou de outros negócios. Entre eles, a venda da Phytoervas para a Bristol Meyers, Cetip para a Advent International, e a Clique&Retire para um fundo de investidores.

Do time de sócios, Pestana tem experiência do setor de comunicações, tendo atuado no Grupo Folha, Valor Econômico e Grupo Estado. Já Wever tem bastante experiência na área de recursos humanos e atua no Conselho do Hospital Alemão Osvaldo Cruz.

Crispim, por sua vez, tem experiência internacional, tendo atuando no mercado financeiro europeu, na área de private equity, em setores como imobiliário de luxo, logística, tecnologia, energia renováveis e crédito de carbono.

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