Quando abriu o capital nos Estados Unidos, em abril de 2021, a plataforma de compra e venda de criptomoedas Coinbase estava surfando a onda desses ativos digitais.
No primeiro dia de negociação dos papéis, a exchange chegou a valer US$ 85,7 bilhões, mais do que o valor de mercado de Itaú e o Bradesco somados na época.
Mas a maré virou, o mercado de criptomoedas passou por problemas, os resultados não vieram e a companhia começou a patinar, o que fez os investidores ficarem mais cautelosos com a Coinbase.
Mas, na sexta-feira, 16 de fevereiro, a Coinbase engatou uma alta de 12% na Nasdaq ao divulgar um lucro líquido de US$ 273 milhões no quarto trimestre de 2023, o seu primeiro resultado positivo em dois anos.
A receita líquida foi de US$ 905 milhões no quarto trimestre de 2023, um aumento de quase 50% em relação aos US$ 605 milhões no mesmo período do ano anterior.
Outra dado que mostra o resultado sólido da Coinbase foram as receitas com transações, que atingiram US$ 529 bilhões, alta de 83%.
E as perspectivas para o mercado de criptomoedas voltaram a ser positivas após a Comissão de Valores Mobiliários dos EUA ter aprovado os primeiros fundos negociados em bolsa (ETFs) de bitcoin à vista.
Os ETFs de bitcoin permitem que investidores de varejo acessem a criptomoeda como uma ação negociada em uma bolsa regulamentada, sem expô-los diretamente ao ativo. Por isso, houve um aumento da demanda por criptomoedas devido à expectativa de que haveria maior interesse por parte dos investidores de varejo por esse mercado.
Com isso, as criptomoedas têm vivido um grande momento, de novo, nos últimos seis meses. O bitcoin, principal ativo desse mercado, valorizou-se 80%, próximo a cotação de US$ 52 mil, melhor cotação desde 2021. Já a Ethereum subiu 55% nos últimos seis meses, chegando a melhor cotação desde o fim de 2022.
Após a divulgação de resultados, o banco americano J.P Morgan mudou a sua recomendação para as ações da Coinbase de underweight, que significa que a empresa estava abaixo das expectativas, para neutro, citando a captura da companhia das valorizações recentes das criptomoedas.
Atualmente, a Coinbase está avaliada em US$ 44,7 bilhões. Neste ano, suas ações sobem pouco mais de 18%.