Em 11 de janeiro deste ano, a divulgação pela Americanas da descoberta de um rombo contábil de R$ 20 bilhões foi o estopim para uma trama que, entre outras questões, desembocou na recuperação judicial da varejista e que ainda está longe de um desfecho.

Na noite de quarta-feira, 31 de maio, a companhia deu sequência a esse enredo, acrescentando, literalmente, mais problemas à essa agenda já conturbada.

A rede varejista informou que ainda não consegue determinar com segurança uma data de entrega para o seu balanço consolidado de 2022.

Em comunicado, a Americanas ressaltou que a melhor estimativa para que isso aconteça é divulgar essas demonstrações financeiras “até o dia 31 de agosto de 2023”.

Segundo a empresa, os trabalhos dos assessores e auditores independentes em revisar e avaliar os efeitos das “inconsistências” em lançamentos contábeis no período seguem em curso e estão sujeitos à conclusão da apuração sobre as circunstâncias por trás dessas práticas.

Em 11 de janeiro, o então presidente Sergio Rial informou ao mercado que a rede varejista tinha uma inconsistência contábil há vários anos. A partir daquele dia, a crise se instaurou na empresa e uma crise de crédito passou a atingir outras empresas brasileiras.

“Os trabalhos descritos acima visam garantir que as demonstrações financeiras reflitam adequadamente a posição patrimonial e financeira da companhia e de suas controladas, bem como à apuração acerca das circunstâncias que ocasionaram as referidas inconsistências contábeis”, acrescentou a varejista.

As ações da Americanas encerraram o pregão de hoje com ligeira queda de 0,92%, cotadas a R$ 1,08. No ano, os papéis registram uma desvalorização de 88,8%. A varejista está avaliada R$ 974,7 milhões.