Nos últimos meses, uma disputa velada chamou a atenção do mercado financeiro e dos principais veículos de comunicação: qual é o banco mais valioso do Brasil? De um lado o centenário Itaú, do outro o jovem Nubank.

O primeiro é um incumbente que lucrou R$ 35,6 bilhões em 2023; o segundo é um desafiante que já se mostrou consolidado. Itaú valendo R$ 295,7 bilhões e o Nubank, US$ 61,7 bilhões (R$ 339,4 bilhões).

A despeito dessa “briga”, quem está feliz da vida é a Globo Ventures, a gestora de venture capital da família Marinho, comandada por Roberto Marinho Neto.

Alguns investimentos da empresa são conhecidos, como na PetLove, no QuintoAndar, no Rappi e na Stone. Mas um dos mais rentáveis nos últimos tempos é justamente o que não foi anunciado e é guardado a sete chaves.

O NeoFeed apurou que, desde o ano passado, a Globo Ventures é acionista do Nubank em uma troca de media for equity. Ou seja, a Globo cede espaço publicitário em troca de uma participação na companhia.

O Nubank, não é novidade, é o banco que aparece “oferecendo” o Jornal Nacional – um espaço que custa cerca de R$ 15 milhões por mês no mercado publicitário.

Segundo divulgado por veículos especializados, o patrocínio teria saído por R$ 110 milhões de junho de 2023 a janeiro de 2024. E continua no ar até hoje.

“A Globo Ventures não tem do que reclamar sobre o investimento no Nubank”, diz uma fonte que conhece o deal. “Eles não têm nem 1% da companhia, mas adorariam ter mais”, diz essa mesma fonte.

A gestora entrou na empresa fundada por David Vélez, Cristina Junqueira e Edward Wible quando as ações valiam cerca de US$ 5 e o Nubank contava com pouco mais de 70 milhões de clientes. Hoje, depois de muito Jornal Nacional, a companhia tem mais de 100 milhões de clientes e a ação vale US$ 12,91.

Procurada, a Globo Ventures enviou a seguinte nota. “Não abrimos detalhes dos contratos, que são protegidos por cláusulas de confidencialidade. Mas é importante registrar que a relação entre a Globo e Nubank envolve também contratos de publicidade em modelos tradicionais entre anunciante e veículo de mídia.”

Procurado, o Nubank disse que não comentaria.