A assembleia geral ordinária e extraordinária da Toky acontece na manhã de quarta-feira, 30 de abril. Mas uma parte importante foi divulgada ao mercado no dia anterior: o mapa de votação a distância dos acionistas da companhia.
Cerca de 48% das pouco mais de 122,7 milhões de ações em circulação manifestaram seu voto para os temas mais relevantes sobre o futuro do negócio: a proposta de retirada da poison pill e a exclusão de dois artigos do estatuto da companhia. Ambos foram pedidos pela controladora Home24, após proposta de compra pela família Dubrule.
Nos dois casos, quase a totalidade dos acionistas votou pela rejeição das duas propostas. Houve 31 ações a favor da retirada da poison pill, 6.193 se abstiveram e 58.795 milhões votaram contra.
O NeoFeed apurou que 95% dos fundos institucionais votaram pela rejeição da retirada da poison pill.
Após a família Dubrule iniciar o processo para uma Oferta Pública de Aquisição (OPA), a Home24 pediu a votação para a exclusão da proteção contra uma aquisição hostil.
O NeoFeed revelou uma troca de mensagens entre os Dubrule e a XXXLutz, dona da Home24, sobre negociações para a retirada da poison pill da OPA, em um movimento que prejudica os acionistas minoritários.
A mudança no estatuto visa, também, a derrubar os artigos que protegem os acionistas. Em caso de uma aquisição superior a 20% do capital da empresa, há a obrigatoriedade de realizar uma OPA. Além disso, pelas regras da companhia, o minoritário tem direito a receber, como preço mínimo, a maior cotação em bolsa em um período de 180 dias. Nesse caso, a base de cálculo seria sobre R$ 3,08 do pico da ação da Mobly. A família Dubrule propõe R$ 0,68 por ação.
A pergunta que fica é se a Home24 pode virar esse jogo? Com 54,48 milhões de ações, a controladora precisa ter a maioria. Ao todo, 63,96 milhões de ações poderão, teoricamente, se manifestar na assembleia.
O problema é que só poderão participar da assembleia os acionistas que se cadastraram previamente - esse número não é público. Mas o quórum depende, principalmente, do acionista minoritário. Ou de estrangeiros que não conseguiram um procurador no Brasil a tempo. Uma gestora estrangeira, com cerca de 1 milhão de papéis, vai ficar de fora, apurou o NeoFeed.
A ação MBLY3, da Mobly, está em queda de 27,3% no ano, cotada a R$ 1,09. O valor de mercado da companhia é de R$ 133,8 milhões.