Desde o fim de janeiro, quando o novo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, assinou uma ordem executiva para acabar com programas de diversidade em todo o governo federal, colocando um fim à inclusão, o setor privado entrou esteira.

A decisão abriu precedente para que empresas seguissem as mesmas diretrizes, cortando boa parte, senão integralmente, os programas de diversidade, equidade e inclusão (DEI).

As primeiras companhias a se manifestarem foram a Meta, com um discurso marcante de Mark Zuckerberg sobre a necessidade de mais “energia masculina” na companhia, seguida pelo Walmart e agora pelo Google.

Por lá, a liderança informou que não terá mais metas de contratação atreladas à representatividade, além de estar reavaliando outras iniciativas de DEI, “que apresentam riscos ou que não tiveram o impacto esperado”, afirmou diretora de gestão de pessoas do Google, Fiona Cicconi, em um comunicado acessado pelo Business Insider (BI).

“Estamos comprometidos em criar um ambiente de trabalho onde todos os nossos funcionários possam ter sucesso e igualdade de oportunidades, e, ao longo do último ano, temos revisado nossos programas projetados para nos ajudar a alcançar esse objetivo”, contou um porta-voz do Google ao BI.

Nomes como Microsoft, Zoom, McDonald's, Target, Ford, Harley-Davidson e John Deere também reduziram as suas iniciativas, que antes eram parte de um investimento relevante na área. Com isso, a lista ganha cada vez mais integrantes.

As iniciativas fazem parte de uma onda de resistência de grupos conservadores, que inclui campanhas nas redes sociais, em grande parte lideradas pelo ativista conservador Robby Starbuck. Em sua visão, essas políticas não estão alinhadas com os valores dos consumidores das empresas, por isso, não deveriam existir.

Starbuck, por outro lado, não representa a maioria nos Estados Unidos. Segundo uma pesquisa do Washington Post-Ipsos, 61% dos americanos apoiam práticas de DEI. Nesse montante, estão incluídas empresas como J.P. Morgan e Costco, que até agora se mantiveram firmes com essas premissas.

“As decisões de cortar iniciativas de DEI enviam um sinal claro aos funcionários de que seus empregadores simplesmente não se preocupam com a igualdade no local de trabalho”, Eric Bloem, vice-presidente de programas e defesa corporativa da Human Rights Campaign, ao BI. “Colocar a política acima dos trabalhadores e consumidores só prejudica as mesmas pessoas das quais essas empresas dependem”.