A CCR é conhecida pelas concessões de rodovias, que representam 80% de seu portfólio. Mas a companhia, avaliada em R$ 26,4 bilhões na B3 e que tem no seu cap table a Itaúsa e a Votorantim, deve olhar com mais atenção para o segmento de aeroportos mirando uma consolidação em um setor muito pulverizado.

“A consolidação será inevitável. A nossa perspectiva é essa”, diz Miguel Setas, CEO da CCR, em entrevista ao programa É Negócio, uma parceria entre NeoFeed e CNN Brasil. Atualmente, a empresa tem a concessão de 20 aeroportos, dos quais 17 estão no Brasil. “Consideramos que podemos estar olhando para esse processo de consolidação como uma forma de destravar valor e trazer mais valor para este negócio.”

Setas afirma que o grupo está analisando as novas concessões que virão pela frente, tanto em aeroportos, rodovias e metrô. Segundo ele, o total de concessões que serão disponibilizadas no mercado nos próximos três anos somam R$ 180 bilhões. E a CCR pretende disputar um pedaço desse bolo. A entrada em novos negócios demandaria mais investimentos do grupo.

Independentemente de trazer para dentro de casa a operação de novas rodovias, aeroportos ou linhas de metrô, a CCR já tem no seu plano de investimentos um aporte de R$ 33 bilhões pelos próximos 10 anos nas concessões em que já atua. Sobre a expansão da companhia para outros países, Setas descarta movimentos bruscos.

“O Brasil é um país de escala continental. Nós investimos atualmente no Brasil cerca de 2% do PIB em infraestrutura. É metade do que nós precisaríamos”, diz ele. E complementa. “A oportunidade no Brasil é de diminuir esse gap e fazer esse reforço de investimento em infraestrutura.”

No programa, que acaba de ir ao ar, ele também fala sobre as diferenças entre a Europa e o Brasil nas questões regulatórias, as oportunidades de negócios no País, como ele amadureceu do ponto de vista de gestão ao longo dos anos, o Brasil como potência ecológica, entre outros temas.

Assista ao programa: