A marca italiana Golden Goose, conhecida por seus tênis de aspecto “surrado”, mas capazes de valer R$ 3,5 mil para mais, está prestes a abrir seu capital na Bolsa de Valores de Milão.
A empresa, cujos produtos são utilizados por diversas celebridades, como a cantora Taylor Swift, anunciou na quinta-feira, 30 de maio, a intenção de levantar cerca de € 100 milhões (R$ 561,7 milhões) com um IPO, previsto para ocorrer em junho. A operação está sendo liderada por Bank of America (BofA), J.P. Morgan, Mediobanca e UBS.
Em nota, o CEO da Golden Goose, Silvio Campara, disse que o IPO é um passo natural e permitirá “abrir um novo capítulo na história da companhia, para um público ainda maior”, além de levantar recursos para ajustar a estrutura de capital e permitir que alguns acionistas vendam participação. Desde 2020, a empresa é detida pela gestora de private equity Permira, depois de pertencer ao Carlyle Group.
Fundada em 2000 em Veneza pelo casal de designers Alessandro Gallo e Francesca Rinaldo, a Golden Goose diz que sua história é sobre “autenticidade e atemporalidade, sobre perfeição que emana da aparente imperfeição”.
A marca possui linhas de roupas, bolsas e acessórios, mas é bem conhecida pelos seus tênis, lançados em 2007. Feitos à mão na Itália, eles possuem um aspecto de usado e uma aparência vintage.
A Golden Goose possui quase 200 lojas, além de vender seus produtos pela internet e por meio de terceiros. No ano passado, a empresa registrou um lucro líquido de € 49 milhões (R$ 275,2 milhões), alta de 5,7%. A receita subiu 17,2%, para € 587,1 milhões (R$ 3,3 bilhões)
O visual dos tênis da Golden Goose conquistou celebridades como os atores Gwyneth Paltrow e Jude Law, além de Virgil Abloh, fundador da marca de roupas Off-White e ex-diretor criativo para roupas masculinas da Louis Vuitton, morto em 2021. Em entrevista ao jornal The Wall Street Journal, em 2016, Abloh disse que “é o toque artesanal e desgastado que os torna únicos”.
Embora pequeno, o IPO da Golden Goose é mais um sinal da retomada das ofertas públicas, especialmente na Europa, depois que anos de juros altos resultaram em um longo período sem operações. Um dos nomes que foi a mercado foi a empresa de private equity CVC Capital, que levantou mais de € 2 bilhões (R$ 11,2 bilhões) no final de abril.
Boa parte das últimas operações foi de nomes ligados ao setor de moda e cosméticos. Dona das marcas Carolina Herrera e Paco Rabanne, além de deter uma participação minoritária na brasileira Granado, a espanhola Puig realizou o maior IPO do ano, em maio, levantando cerca de € 3 bilhões (R$ 17 bilhões).
Antes dela, a marca de skincare suíça Galderma, realizou um IPO na Bolsa de Valores de Zurique, em março, levantando 2,3 bilhões de francos suíços (R$ 13 bilhões).