Com a assembleia geral de credores marcada para o dia 19 de dezembro, a Americanas segue angariando apoio para aprovação de seu plano de recuperação judicial.

A varejista informou nesta sexta-feira, 15 de dezembro, que recebeu termos de adesão e apoio ao acordo de apoio ao Plan Support Agreement (PSA) do banco ABC Brasil e do Itaú Unibanco Asset Management.

Com estes apoios, o PSA passou a contar com o apoio de credores quirografários titulares de mais de 47% da dívida da empresa.

E pode vir mais por aí. No fato relevante informando sobre o apoio do ABC Brasil e do Itaú Unibanco Asset Management, a Americanas disse que outros credores estão obtendo as aprovações internas necessárias para adesão ao PSA.

“Caso seja possível finalizar os procedimentos necessários para que tais aprovações internas se convertam em adesões ao PSA até dia 18 de dezembro, a companhia terá garantido o apoio ao seu PRJ [plano de recuperação judicial], a ser votado em assembleia geral de credores no dia 19 de dezembro, por parte de credores detentores de mais de 50% de sua dívida sujeita à recuperação judicial”, diz trecho do comunicado.

O avanço das negociações ocorreu depois de a Americanas apresentar os balanços financeiros de 2021 e 2022 revisados, levando em conta os efeitos da fraude contábil de R$ 25,2 bilhões.

No fim de novembro, a varejista de um passo importante, ao firmar um acordo junto a credores para dar início à capitalização de R$ 24 bilhões, com parte vindo dos acionistas de referência – Jorge Paulo Lemann, Marcel Telles e Carlos Alberto Sicupira – e o restante por meio da conversão de dívida.

Com o plano aprovado até o final do ano, a expectativa é de que a recuperação judicial seja homologada no começo de 2024. No total, a Americanas tem R$ 42,5 bilhões em dívidas para serem reestruturadas.

Nem todos estão satisfeitos com os planos da Americanas. O Banco Safra ficou de fora do acordo e chegou a tentar cancelar a assembleia de credores, mas o pedido foi negado pela Justiça na segunda-feira, 11 de dezembro.

O banco alega que o acordo proposto interrompe as investigações e desconsidera o “justo interesse da sociedade e de todos os impactados de saber o que ocorreu de verdade”, segundo nota enviada ao NeoFeed em 27 de novembro, quando a Americanas anunciou acordo com um grupo de credores.

Na nota, o Safra disse ainda que a injeção de recursos proposta “não pode desconsiderar o fato de que houve a maior fraude contábil do Brasil e uma das maiores do mundo”.

Por volta das 12h04, as ações da Americanas subiam 1,11%, a R$ 0,91. No ano, elas acumulam queda de 90,5%, levando o valor de mercado a R$ 812,3 milhões.