Conhecida em todo o mundo por suas lâmpadas e eletrônicos, a Philips decidiu em 2011 que era o momento de começar a deixar a casa dos consumidores e ocupar mais espaço em outros ambientes: os hospitais, clínicas e laboratórios, com um arsenal de equipamentos aliada, cada vez mais, a softwares.
Na empresa holandesa desde 2013, Patricia Frossard acompanhou bem de perto essa transição. Primeiro, como diretora da área jurídica e de compliance no Brasil e na América Latina. E, desde maio de 2019, como country manager da operação local.
Agora, a executiva e a Philips começam a preparar o terreno para explorar outra fronteira no mercado de saúde: a aplicação da inteligência artificial em diagnósticos por meio de um markeplace de algoritmos.
“Já temos muita inteligência artificial sendo usada na gestão para melhorar fluxo de recepção e agendamento”, diz Frossard, em entrevista ao Conexão CEO (vídeo completo acima). “Mas a criação de algoritmos para uso no diagnóstico ainda é bastante embrionária. É algo que o mercado está buscando.”
Fruto de uma iniciativa global, a plataforma deve chegar ao Brasil ainda neste ano. A ferramenta será baseada no sistema da Philips que consolida imagens, via nuvem, fruto da aquisição da americana Carestream, em 2019.
“A ideia é que várias empresas possam colocar seus algoritmos para serem usados com as imagens capturadas pelos nossos produtos”, observa. Ao mesmo tempo em que irá importar essa plataforma, a operação local está ganhando relevância no mapa global da Philips com uma solução made in Brazil.
Trata-se do Tasy, software de prontuário eletrônico e de gestão hospitalar. Com mais de 1,4 mil clientes no Brasil, entre eles Rede D’Or e Sírio-Libanês, ele já está sendo usado em países como México, Chile, Colômbia, Austrália, Japão, Alemanha e República Dominicana. E integra a estratégia global da empresa para dar mais peso aos softwares em sua oferta, por meio de assinaturas e pagamentos recorrentes.
A ampliação da estrutura local de desenvolvimento de software, concentrada em Blumenau (SC) é outro tema abordado no programa Conexão CEO. Frossard fala ainda de questões como a interoperabilidade e o uso de dados na saúde; as inovações que serão proporcionadas pelo 5G; e os reflexos da consolidação do setor.