Em uma operação que permitirá a entrada no segmento de distribuição de gás natural comprimido (GNC) e viabilizará oportunidades de distribuição do biometano, a Ultrapar fechou a aquisição da NEOgás. 

Segundo o comunicado divulgado pela companhia nesta segunda-feira, 21 de novembro, a compra foi realizada por meio da Ultragaz. O valor total da empresa (enterprise value) é de R$ 165 milhões, sujeito a ajustes de capital de giro e dívida líquida. 

Fundada em 2000, a NEOgás atua no transporte de GNC para os segmentos industrial, veicular e de projetos estruturantes em parceria com distribuidoras de gás natural. 

De acordo com a Ultrapar, a empresa distribuiu mais de 100 milhões de metros cúbicos em 2021, tendo seis bases de compressão nas regiões Sul e Sudeste e 149 semi-reboques para distribuição de GNC.

Com a aquisição, a Ultragaz vai expandir sua atuação para além da distribuição de gás residencial e gás liquefeito de petróleo (GLP), também conhecido como gás de cozinha. 

Com a NEOgás, ela começará a atuar na área de distribuição de GNC e viabilizar oportunidades de distribuição do biometano, segundo a companhia, considerando que a incorporada tem parceria com produtores de biometano no Brasil.

O movimento faz parte da estratégia da Ultragaz de ampliar sua oferta de soluções energéticas. Recentemente, a empresa começou a atuar com energia solar distribuída, ao anunciar em setembro a aquisição da Stella Energia, plataforma que conecta os geradores de energia solar a residências e pequenos negócios.

Assim como a Ultragaz, outras companhias têm entrado em novos mercados, visando a diversificar suas ofertas energéticas. A Vibra, antiga BR Distribuidora, fechou a aquisição da comercializadora de energia Targus em 2020 e de 50% da ZEG Biogás e Energia, em julho. 

No terceiro trimestre, a Ultragaz registrou Ebitda recorde de R$ 332 milhões, alta de 51% em relação ao mesmo período de 2021, mesmo com uma queda de 1% no volume vendido. 

A Ultrapar, por sua vez, teve lucro líquido de R$ 83 milhões, queda de 78% em base anual. A receita avançou 24%, para R$ 39,5 bilhões, e o Ebitda recuou 18%, para R$ 838 milhões. 

As ações da companhia fecharam o pregão de hoje com alta de 0,61%, a R$ 13,22. No ano, elas acumulam queda de 5,1%, levando a um valor de mercado de R$ 14,4 bilhões.