A liderança da Moura Dubeux no mercado imobiliário do Nordeste, combinada com as perspectivas positivas para o setor de construção e incorporação nos próximos anos, atrai cada vez mais investidores e analistas para a tese de investimento da companhia.
Quem recentemente começou a acompanhar de perto a companhia, e já gosta do que vê, é a XP Investimentos, que de largada está recomendando a compra das ações. O preço-alvo foi estabelecido em R$ 16,50, o que pressupõe um potencial de alta de 53% em relação ao valor atual dos papéis.
Segundo os analistas Ygor Altero e Ruan Argenton, desde que abriu o capital em 2020, quando levantou R$ 1,1 bilhão, a Moura Dubeux vem apresentando uma execução de alto nível, a ponto de, já no início da cobertura, chamarem a empresa de “joia do Nordeste”.
“A Moura Dubeux tem se concentrado no segmento de média e alta renda, apresentando um desempenho operacional sólido em comparação com os pares, a segunda maior empresa em termos de lançamentos em 2022 em nossa cobertura, apenas atrás da Cyrela”, diz trecho do relatório.
Desde que alguns dos principais nomes do setor deixaram de operar no Nordeste após a crise de 2025, a Moura Dubeux cresceu fortemente nos últimos anos, em meio à falta de concorrentes locais à altura.
Segundo os analistas, desde o IPO, os lançamentos saíram de R$ 354 milhões em 2019 para R$ 1,86 bilhão em 2022. A posição dominante também ajudou na construção de um sólido banco de terrenos, que encerrou o segundo trimestre em R$ 8,4 bilhões.
“Como consequência do volume consistente de lançamentos entre 2020 e 2022, e a falta de competição, a Moura Dubeux conseguiu se consolidar como o principal player das capitais do Nordeste, com market share de 23% no Recife, 13% em Fortaleza e 11% em Salvador”, diz trecho do relatório.
Outro destaque da tese de investimento da Moura Dubeux, segundo os analistas, é o seu modelo de negócios, sustentado por dois pilares. O primeiro é o desenvolvimento imobiliário tradicional e o segundo é o de condomínios, em que compradores e investidores detém as cotas de um projeto, sendo responsáveis por todo o financiamento da construção.
Segundo os analistas, o modelo de condomínio representa um risco positivo em termos de geração de caixa, devido ao seu método de operação, com menor exposição a caixa, apresentando margens sólidas. Desde 2018, a margem bruta do modelo de condomínio foi de, em média, 47,7% por trimestre.
Esta forma de atuação, junto com custos sob controle que ajudam a rentabilidade do segmento de incorporação, devem resultar em margens brutas consolidadas elevadas. A XP projeta uma margem bruta ajustada consolidada de 36% em 2023 e 36,4% em 2024.
Para este ano, os analistas dizem que há uma “sólida avenida de crescimento operacional”, com lançamentos alcançando R$ 1,94 bilhão em 2023, alta de 4,2% em base anual, com as vendas subindo 13,5%, para R$ 1,52 bilhão. A expectativa para 2024 também é positiva, de R$ 2,1 bilhões em lançamentos, aumento de 8,1%, e R$ 1,83 bilhão em vendas, crescimento de 20,1%.
Mesmo com uma boa perspectiva de crescimento, os analistas da Moura Dubeux avaliam que o papel ainda está barato, com um P/VP para 2024 de 0,6 vez, abaixo da média do setor, de 0,8 vez.
“Vemos sólidos retornos da Moura Dubeux (esperamos ROE de 15,8% em 2024 versus 12,2% na média de pares em nossa cobertura) e crescimento consistente (esperamos crescimento do lucro por ação de 60% em 2023 e 36% em 2024), posicionando a empresa como um ativo de qualidade”, diz trecho do relatório.
Por volta das 13h, as ações da Moura Dubeux caíam 0,74%, a R$ 10,70. No ano, elas acumulam alta de 84,1%, levando o valor de mercado a R$ 896,6 milhões.