Aos 56 anos, Michael Dell tem lugar garantido entre os nomes que fizeram história no mercado de tecnologia. Em 1984, ele fundou a Dell, fabricante que revolucionou o mercado de computadores com um modelo de vendas diretas ao consumidor.
Avaliada atualmente em US$ 79,8 bilhões, a Dell adicionou outras ofertas ao seu portfólio no decorrer dos anos. Da mesma forma, Michaell Dell foi além dos computadores e passou a olhar, por meio da MSD Partners, sua empresa de investimentos, para outros mercados.
O portfólio da MSD inclui desde empresas de delivery e plataformas de investimentos até companhias de biotecnologia e de computação quântica. A mais recente integrante dessa lista é a GoodLeap, fintech americana que financia a instalação de projetos de energia solar em residências dos Estados Unidos.
Nesta quarta-feira, 13 de outubro, a empresa anunciou um aporte de US$ 800 milhões, em rodada liderada pela MSD Partners e que contou ainda com a participação dos fundos BDT Capital Partners e Davidson Kempner Capital Management. Com a rodada, a GoodLeap foi avaliada em US$ 12 bilhões.
“Nossa tecnologia está reformulando fundamentalmente como a indústria sustentável pode operar, removendo os atritos entre consumidores, instaladores, fabricantes e instituições financeiras”, disse, em nota, Hayes Barnard, fundador e CEO da GoodLeap. “Estamos honrados em ter investidores de classe mundial que compartilham da nossa missão.”
Assim como Michael Dell no mundo da tecnologia, Barnard também já tem estrada no segmento de energia solar. Ele foi diretor da SolarCity, fabricante de painéis solares e baterias, e renunciou ao cargo em 2016, quando a empresa foi comprada pela Tesla, em um acordo de US$ 2,6 bilhões.
Dois anos depois, ele fundou a GoodLeap, de olho em um mercado estimado, atualmente, em US$ 430 bilhões, apenas nos Estados Unidos. A empresa funciona como uma espécie de marketplace, que conecta consumidores, empresas de instalação de projetos de energia solar e instituições financeiras.
Além dos painéis de energia solar, o leque de iniciativas financiadas inclui projetos de armazenamento de bateria, janelas com eficiência energética e sistemas que permitem a economia de água, entre outros recursos.
Em três anos, a companhia viabilizou mais de US$ 9 bilhões em empréstimos para esses projetos sustentáveis em residências americanas. Hoje, a plataforma é usada por mais de 17 mil profissionais de vendas do segmento no país.
Nesse intervalo, a empresa também já havia atraído US$ 800 milhões em duas rodadas anteriores, com a participação de investidores como New Enterprise Associates, Riverstone Holdings e Laurence Tosi, ex-CFO do Airbnb. Na última delas, em dezembro, a empresa tinha sido avaliada em US$ 4,4 bilhões.
Startups que guardam paralelos com a GoodLeap também estão chamando a atenção dos investidores em outros países. É o caso da brasileira Solfácil, que captou um aporte série B de US$ 30 milhões (R$ 160 milhões) em junho deste ano, liderado pelo fundo americano QED Investors.
Fundada também em 2018, a empresa já tinha levantado um total de US$ 125 milhões anteriormente. A companhia tem uma base de mais de 5 mi parceiros integradores responsáveis pelas instalações dos projetos na ponta. E, além de consumidores, financia projetos para empresas e propriedades rurais.
Na época da rodada série B, a Solfácil tinha uma carteira de crédito de mais de R$ 300 milhões e já originava uma média mensal de R$ 60 milhões em financiamentos, com tíquete médio entre R$ 25 mil e R$ 30 mil, para consumidores, e entre R$ 75 mil e R$ 100 mil para empresas.