Um estudo realizado pela Global Industry Analysts aponta que o mercado global de soluções para assinatura digital deve crescer em uma 31% ao ano até 2027, quando deve movimentar US$ 15,1 bilhões. De olho nesse crescimento, a startup brasileira D4Sign está se internacionalizando para competir contra gigantes como DocuSign e unico.

Nos últimos meses, a startup colocou em prática um plano de expansão de sua operação. O objetivo é iniciar uma operação no México no começo de 2024. “Havia demanda pelo serviço no exterior e faltavam empresas”, diz Rafael Figueiredo, CEO e cofundador da startup. “A DocuSign estava nadando de braçada.”

A expectativa da startup é conseguir 3 mil novos assinantes para o seu serviço ainda no primeiro ano em território mexicano. A companhia detém 25 mil clientes e deve fechar 2023 com receita próxima de R$ 45 milhões. Para o ano que vem, o plano é crescer 40%. Entre os clientes estão empresas como PicPay, Stone, Linx, entre outras.

Para desembarcar em território mexicano no começo de 2024 e, posteriormente, em mercados como Argentina e Chile – a depender dos resultados obtidos em sua primeira operação internacional -, a D4Sign está investindo R$ 15 milhões. O dinheiro será destinado para a alocação de uma equipe no país e para investimentos em marketing.

Citada como a principal concorrente, a DocuSign é a maior empresa de assinatura eletrônica do mundo. Depois de levantar mais de US$ 500 milhões em investimentos de gestoras como Bain Capital, Insight Partners, Google Ventures, entre outras, a companhia americana abriu capital na Nasdaq em 2018 e agora vale US$ 8,4 bilhões.

No mercado local, a D4Sign enfrenta a concorrência também da unico, idtech que já levantou mais de US$ 330 milhões, segundo dados do Crunchbase. No ano passado, a empresa brasileira lançou uma nova frente de negócios com assinaturas eletrônicas que utilizam reconhecimento facial para validação. O negócio principal da companhia, no entanto, ainda é a validação de transações financeiras e soluções voltadas para RH.

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Rafael Figueiredo, CEO e cofundador da D4Sign

A aposta da D4Sign para se diferenciar de seus concorrentes consiste principalmente no preço. Os planos da startup brasileira custam a partir de R$ 253 por ano, enquanto a DocuSign cobra a partir de US$ 120 (cerca de R$ 616 na conversão direta do dólar para o real). Outro diferencial é a integração com a base de dados do governo federal para a autenticação da assinatura e para impedir que a assinatura seja feita por terceiros.

Sem investidores

O que chama a atenção na operação da D4Sign é que, ao contrário de seus concorrentes, a startup ainda possui uma operação bootstrap. Ou seja, não recebeu investimentos institucionais até o momento.

“Decidimos ir aos poucos, conquistando os clientes e fazendo caixa”, diz Figueiredo. “Ainda não encontramos um investidor que fizesse sentido para nós.”

Mesmo com a expansão internacional, a D4Sign não cogita partir para um aporte no curto prazo. “A gente iria sangrar bastante se fossemos captar dinheiro no atual cenário do mercado”, diz Figueiredo.