Quando anunciou o seu terceiro fundo de investimento, o objetivo da Igah Ventures, que na época se chamava e.bricks ventures e ainda não havia se unido à Joá Investimentos, era levantar US$ 100 milhões.
O fundo três da Igah Ventures começou com US$ 20 milhões em janeiro do ano passado. Mas, com a Covid-19, os gestores resolveram parar a captação, que só foi retomada quatro meses depois.
Em janeiro deste ano, eles botaram um ponto final à captação. E o resultado surpreendeu os gestores: US$ 130 milhões, um desempenho 30% acima da meta, em um sinal do apetite de diversos investidores para a classe de ativos de alternativos, como o venture capital.
Além de family offices tradicionais, a Igah Ventures atraiu o Softbank, que se tornou um dos investidores-âncoras do fundo, uma condição que a gestora abriu para LPs (limited partners) que alocaram mais de US$ 5 milhões.
“Eles (os investidores-âncoras) terão direito a prioridade de coinvestimentos, reuniões específicas e experiências com o portfólio”, diz Pedro Melzer, um dos sócios da Igah Ventures, ao lado de Luis Felipe Magon e de Márcio Trigueiro.
Questionado sobre os outros investidores-âncoras, Melzer não quis comentar os nomes. Apenas disse que os principais ícones do mercado do setor financeiro, de saúde e de varejo estão entre os investidores do fundo três.
Desde que chegou à América Latina, em 2019, o Softbank reservou uma parte de seu fundo de US$ 5 bilhões, estimada em 10% dos recursos, para investir em casas de venture capital da região.
Além da Igah, o fundo do japonês de Masayoshi Son já investiu no Valor Capital, na Volpe Capital e no Atlantico, comandado por Julio Vasconcellos. O Kaszek Ventures também já teria recebido recursos, mas não confirma a informação.
“O fundo SoftBank Latin America investiu na Igah depois que ficamos entusiasmados com os resultados em seu fundo mais recente. Conhecemos a Igah há muito tempo e estamos orgulhosos de fazer parte de sua jornada”, disse Paulo Passoni, sócio do Softbank Latin America, através de nota.
Mesmo com a conclusão da captação apenas em janeiro deste ano, a Igah já Ventures está em plena campanha de investimentos desde o ano passado. Até agora, o fundo três já fez oito aportes.
Entre eles, estão a bxblue, Dr. Jones, Avenue Securities, Conexa Saúde, Acesso Digital e 321 Beauty. “Temos mais dois aportes assinados que vamos anunciar em breve”, diz Melzer.
A ideia do novo fundo é fazer cheques que girem entre US$ 4 milhões e US$ 7 milhões, liderando séries A. Mas Melzer diz que não vê problemas em apostar US$ 1 milhão em rodadas seed ou até US$ 10 milhões em startups em estágios mais avançados.
A ideia é montar uma carteira de aproximadamente 15 startups e a Igah Ventures está reservando 40% dos recursos para follow ons.
Em seus dois primeiros fundos, quando ainda se chamava e.bricks ventures, a gestora montou uma carteira com startups que acabaram se destacando no cenário de empreendedorismo brasileiro.
O fundo 1, lançando em 2014, tinha R$ 100 milhões para investir e apostou em empresas como Infracommerce, GuiaBolso e RockContent, entre outras. O dois, de 2017, tinha R$ 200 milhões e garimpou startups como Arquivei, Contabilizei e BCredi.