A Creditas confirmou a compra da Volanty, startup que atua na área de compra e venda de carros usados, reforçando o Creditas Auto, anunciado em maio deste ano.
A notícia havia sido antecipada pelo NeoFeed, que informou que as duas empresas estavam conversando. As negociações envolviam uma parceria e até um M&A – a última hipótese foi a que acabou se concretizando.
O anúncio de compra da Volanty apareceu de forma tímida na divulgação dos resultados do segundo trimestre de 2021 da Creditas.
Em meio ao balanço financeiro, a Creditas diz que nos últimos três meses fez três transações estratégicas. Entre elas a aquisição da Minuto Seguros, o investimento na Voltz Motors e a “aquisição de 100% da Volanty, pioneira no mercado brasileiro de carros usados”.
“Com esses três movimentos estratégicos, seguimos construindo um ecossistema para casas, mobilidade e salários, que agora incluem três verticais de monetização (fintech, insurtech e soluções para o consumidor)”, diz um trecho do comunicado da Creditas.
A confirmação da transação acontece um dia antes de a mexicana Kavak, que também atua na compra e venda de carros usados, anunciar o início oficial de sua operação no mercado brasileiro.
Na verdade, a operação mexicana já atua no Brasil desde o ano passado. Em abril deste ano, a Kavak foi avaliada US$ 4 bilhões, quando captou US$ 485 milhões. Boa parte dos recursos serão destinados ao Brasil.
Creditas e Volanty têm em sua base de acionistas dois investidores em comum: Softbank e Kaszek. O curioso é que esses dois nomes também fazem parte do ‘cap table’ da Kavak.
Em nota, a Creditas disse que a marca Volanty irá permanecer, assim como seus fundadores, os empreendedores Antonio Avellar e Mauricio Feldman, que foram integrados ao time da Creditas após a transação.
A Volanty foi fundada em 2017 e, além de Softbank e Kaszek, tinha Monashees e Canary como investidores. No total, havia recebido US$ 23,4 milhões de investimentos.
Resultado
A Creditas informou que o seu portfólio de crédito atingiu R$ 2,015 bilhões no segundo trimestre deste ano, mais do que o dobro do que o mesmo período do ano passado, quando foi de R$ 915 milhões.
Nos meses abril, maio e junho, a Creditas originou R$ 612 milhões em novos empréstimos. No período, o faturamento atingiu R$ 170,1 milhões, alta de 139,2%.
O prejuízo também cresceu, passando de R$ 38,5 milhões, no segundo trimestre de 2020, para R$ 70 milhões. A margem de contribuição, que é o resultado descontado a rentabilidade dos investidores de renda fixa, o custo operacional e as provisões de perda de crédito, aumentou 13 pontos percentuais para 58,1%.