SUNNYVALE – A Stark Bank está expandindo a sua tese para atacar o mercado de empresas de porte médio. Nos últimos meses, o banco B2B colocou de pé um plano para reforçar a base de clientes, hoje com mais de 600 empresas (a maior parte startups), com companhias que faturem entre R$ 30 milhões e R$ 300 milhões.
“É algo novo para a gente e que envolve muitas empresas familiares”, diz Rafael Stark, fundador e CEO da Stark Bank, em entrevista ao NeoFeed durante o Brazil at Silicon Valley
A expansão nesta frente começou timidamente em meados do ano passado e acelerou neste ano. De lá para cá, a fintech incorporou mais de 130 companhias de porte médio em seu portfólio. A carteira de middle market representa 22% do total de clientes.
Atender empresas de grande porte também é algo que está no radar, mas de forma mais cautelosa. “São companhias que demandam um processo mais burocrático e que exigem mais produtos”, afirma Stark. Entre elas, estão Gol, Localiza e Grupo Ultra.
Ao expandir a cadeia de clientes e aumentar a base de produtos, Stark afirma que seu plano é brigar pela principalidade entre os bancos. “Ainda não temos condição de ser o banco principal para nossos clientes, mas isso pode ser feito se expandirmos os produtos”, diz.
O plano para atrair empresas de médio porte é dividido em duas frentes. Uma delas é o desenvolvimento de novos produtos. Nos próximos dois anos, a fintech pretende contar com serviços de câmbio, adquirência, cripto e mais funções de crédito.
Em sua gama de serviços atual, a fintech oferece conta empresa, cartão corporativo, cobranças e recebimentos por Pix, e serviços de pagamentos de contas.
A outra frente atacada pela companhia é o marketing. "Queremos que as pessoas venham atrás da gente", afirma Stark. Um exemplo é uma campanha para levar alguns clientes do banco para uma viagem à Mônaco. A expectativa é investir cerca de R$ 20 milhões para este fim.
Para financiar esse plano, a Stark Bank conta com um caixa recheado. De acordo com seu fundador, a companhia tem mais de R$ 400 milhões em caixa. Parte do dinheiro vem dos lucros obtidos desde 2021. Somente no ano passado, a companhia dobrou seu lucro para R$ 71,5 milhões, segundo Stark.
O montante que completa o caixa vem dos últimos aportes recebidos. Em abril de 2022, a fintech levantou US$ 45 milhões em rodada liderada pela Ribbit Capital. A rodada contou também com a participação da Bezos Expeditions, no único aporte da gestora criada pelo fundador da Amazon em uma startup do Brasil.
A competição se dá contra outras fintechs que também focam seus serviços em startups, entre elas: BS2, Nubank e Conta Simples. Startups mais nichadas como CondoConta, que foca em condomínios, e Parcela Mais, de olho nas clínicas, também aparecem como rivais no setor.