A gestora de venture capital B Capital, criada pelo brasileiro Eduardo Saverin, cofundador do Facebook, está liderando um aporte de US$ 15 milhões na startup mexicana Yalochat, que desenvolve chatbots para que grandes empresas atendam seus clientes via WhatsApp, Facebook Messenger e WeChat.

Esse é o primeiro aporte do fundo de Saverin, que acabou de captar US$ 820 milhões, em uma empresa da América Latina. A B Capital já investiu aproximadamente 30 startups, entre elas em empresas como Bird, dos patinetes elétricos; Atomwise, de diagnósticos inteligentes; e a fintech Capital Match.

A Yalochat foi fundada por Javier Mata, Edwin Alfredo Allen e Renato Barrios em 2016 e conta com escritórios no Vale do Silício, México, Colômbia, Brasil, Índia e China. A empresa chegou ao Brasil em 2019, via uma parceria com a Pontomobi, agência de marketing mobile da Dentsu Aegis Network (DAN).

Os recursos do aporte vão ajudar a Yalochat a expandir a operação brasileira. Tanto que Mata, que é também o CEO da startup, está de mudança para o Brasil. O dinheiro deve também financiar a expansão internacional da Yalochat, que vai ao Sudeste Asiático e à Europa com a ajuda de parceiros.

"Percebemos que as mensagens são a nova internet", afirma Mata ao NeoFeed. “O que fazemos, essencialmente, é ajudar grandes empresas a gerenciar seu fluxo de oferta e demanda por plataforma de mensagens. Tudo isso de forma simples.”

Desde que foi criada, a Yalochat já conquistou mais de 700 clientes, entre eles empresas como Coca-Cola, Amazon e Apple. A startup diz que é saudável e que o aporte foi estratégico. “Às vezes, aceitamos o investimento para acelerar alguns processos ou para trazer parceiros que nos ajudem na nossa missão", diz Mata.

A startup, no total, já captou US$ 25 milhões. Na séria A, realizada em janeiro de 2019, o aporte foi feito pelo fundo americano Sierra Ventures, que acompanhou a B Capital nessa rodada.

De acordo com Mata, o fato de a startup ter estrutura no Brasil não foi crucial, mas definitivamente foi um "bônus" aos olhos de Saverin. "Ele me disse que negócios que ajudem o Brasil lhes são especiais", afirma Mata.

A B Capital nasceu em 2015, quando Saverin se juntou ao sócio e amigo Raj Ganguly, então recém-saído da Bain Capital. O primeiro fundo da companhia, no entanto, foi fechado apenas em 2018, com US$ 360 milhões em aportes.

Com escritórios em Cingapura, Nova York, Los Angeles e São Francisco, o fundo de Saverin procura por oportunidades em diferentes países – basta que a startup tenha uma tecnologia e modelo de negócio que se aplique a mais de uma região.

O foco da B Capital é investir em “tecnologias que transformam grandes indústrias: fintechs, insurtech, healthcare tech e bio IT”. Em entrevista à rede de notícias Bloomberg, Saverin disse ainda é que importante apostar em startups que tenham impacto positivo na sociedade.

A gestora de venture capital do brasileiro geralmente aporta entre US$ 10 milhões e US$ 60 milhões em novos negócios, mas houve cheques mais baixos, de cerca de US$ 100 mil, e outros mais gordos, de US$ 100 milhões.

Saverin tem atualmente uma vida bastante discreta na Ásia. Bem longe dos holofotes trazidos pelo investimento no Facebook e pela história contada no filme “A Rede Social”, lançado em 2010.

O brasileiro se mudou para os Estados Unidos a fim de cursar o colegial e seu bom desempenho escolar garantiu a ele uma vaga na Harvard, onde conheceu Mark Zuckerberg. Cursando investimento e economia, Saverin foi o primeiro investidor do Facebook: ele apostou US$ 15 mil na criação da rede social, em 2004.

No ano seguinte, Zuckerberg diluiu as ações do colega e o “expulsou” da empresa. Saverin acionou o Facebook judicialmente e ambas as partes chegaram a um acordo fora da corte. Hoje ele aparece como cofundador da rede social e garantiu alguns bilhões de dólares ao seu patrimônio. A fortuna de Saverin é estimada em US$ 14,2 bilhões, segundo a Bloomberg Billionaires Index.

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