A plataforma de educação médica Sanar, que tem entre seus investidores DNA Capital, Valor Capital, Vox Capital, Península, Green Rock e Igah Ventures, contratou o Itaú BBA para uma captação de mais de R$ 200 milhões, informaram três fontes ao NeoFeed.

A captação será primordialmente primária, embora não esteja descartada uma pequena tranche secundária. O dinheiro será usado para a expansão da companhia, que tem sede em Salvador, e abriu diversas frentes de atuação nos últimos anos. Sua última rodada foi em 2020, quando levantou R$ 60 milhões.

Desde então, a companhia, que surgiu como um curso preparatório para alunos que vão prestar residência médica, entrou em pós-graduação e adquiriu a Cetrus, um centro de treinamento médico referência em ultrassonografia e de subespecialidades, em um negócio de R$ 166 milhões, em 2022. Com isso, se tornou uma faculdade.

Na ocasião, a compra da Cetrus foi financiada com mais capital dos investidores, bem como com a emissão de uma debênture, cujo resgate foi antecipado e trocada, recentemente, por outra com uma taxa menor.

Atualmente, a Sanar conta com quatro unidades de negócios. A primeira delas é a SanarFlix, plataforma de conteúdo para estudantes de medicina que deu origem à empresa. A segunda é a Sanar Pós, que conta com cursos de pós-graduação lato sensu para médicos.

A Sanar Shopping, seu terceiro braço de negócios, comercializa livros para médicos e profissionais de saúde. E, por fim, a Cetrus, que conta com mais de 150 cursos de especialização, como medicina fetal, ecocardiograma e medicina do exercício e do esporte.

Com essas linhas de negócios, a companhia está com uma margem Ebitda de 20% e é lucrativa, diz uma fonte que acompanha de perto a nova captação da Sanar. “Ela já fatura mais centenas de milhões de reais e é geradora de caixa”, afirma.

Esse é o perfil que tem conseguido levantar rodadas de growth no mercado brasileiro: empresas que conseguem gerar caixa e tem modelos de negócios que já se provaram. “O capital para growth ficou escasso. Só empresas que passaram a rebentação estão conseguindo captar”, diz um investidor do setor de venture capital.

Fundada em 2014 por Ubiraci Mercês, Caio Nunes, Mauricio Lima e Leandro Lima, a companhia informa que mais de 500 mil profissionais de saúde já consumiram pelo menos um produto da empresa.

A Sanar atua em um mercado cada vez mais competitivo. Um dos concorrentes é a Medway, que recebeu um cheque de R$ 75 milhões em 2022, liderado pelo Softbank. Outro rival é o MedGrupo, fundado por Cassio Engel em 1997.

A Afya, que tem capital aberto na Nasdaq e está avaliada em US$ 1,5 bilhão, também conta com uma vertical que prepara estudantes de medicina para residência, além de ter desenvolvido uma plataforma tecnológica para atrair profissionais de saúde.

Procurada, a Sanar informou que “não comenta rumores de mercado”.