A Wayra, braço de investimento em startups early stage da Vivo, está investindo na Omni Saúde, em seu terceiro aporte em uma healthtech. Antes, já havia investido na Proradis e na Fiibo.
O aporte é um complemento da rodada da Omni Saúde liderada pela Enseada, family office da família fundadora da SulAmérica. Esse aporte contou também com a participação de Isa Tanure (controladora da Alliança), André Kina (fundador da 4Bio, vendida para a RD Saúde) e Renato Garcia Carvalho (executivo global da Novartis). Green Rock e Norte Ventures completam a base de acionistas.
“Esse aporte é importante por conta do canal”, diz Fernando Domingues, CEO e fundador da Omni Saúde, ao NeoFeed. “A Vivo conta com o Vale Saúde, que tem mais de 800 mil vidas, e podemos fazer parte desse benefício.”
Essa é a segunda empresa fundada por Domingues na qual a Vivo investe. A Conexa, de telemedicina, recebeu aporte da Vivo Ventures, braço de corporate venture capital da empresa de telefonia, em dezembro de 2023.
O valor do aporte na Omni Saúde não foi revelado, mas essa é a quarta captação da empresa nos últimos dois anos. No total, a healthtech levantou R$ 25 milhões. A Wayra faz cheques seed e pré-seed de até R$ 2 milhões.
“A Omni Saúde tem um modelo de negócio inovador, a solução é 100% digital e o time tem vasta experiência”, afirma Wana Schulze, gerente de investimentos e portfólio da Wayra e da Vivo Ventures.
A Omni Saúde é um seguro (não regulado) de medicamentos tarjados. O seguro é oferecido às empresas, que pagam uma mensalidade que dá direito aos funcionários de comprarem os medicamentos. Tudo é feito via aplicativo, e a compra pode ser realizada em qualquer farmácia via PIX.
Um exemplo é o plano Celeste, que cobre apenas medicamentos genéricos e tarjados, sendo o carro-chefe da startup. A empresa paga R$ 20 por mês por funcionário, e cada funcionário tem um saldo mensal de R$ 200, não acumulável, para gastar com esse tipo de medicamento.
Como a startup ganha dinheiro se recebe uma mensalidade de R$ 20 e dá um saldo de R$ 200 para o funcionário? É a lógica do seguro, no qual há um cálculo atuarial que analisa os riscos. Além disso, o funcionário só consegue usar o benefício se tiver prescrição médica. “Controlamos a sinistralidade e as fraudes”, afirma Domingues.
Atualmente, a Omni Saúde já tem 40 empresas como clientes. Entre elas estão Alper, Riachuelo, Spoleto e Stefanini. São 30 mil vidas que utilizam o seguro da startup. Com o novo investimento, o plano da Omni Saúde é alcançar 70 mil vidas até o fim de 2025. A healthtech planeja também atingir o breakeven em 2026.
A Wayra já fez aportes em 89 startups no Brasil desde 2012. Atualmente, 28 delas ainda estão ativas. Globalmente, são mais de 500 investimentos em países como Argentina, Brasil, Chile, Colômbia, Alemanha, México, Peru, Espanha e Reino Unido.
O recurso vem do caixa do grupo Telefônica, ao contrário do Vivo Ventures, um fundo FIP, administrado pela Wayra, de R$ 320 milhões, dos quais R$ 160 milhões já foram utilizados.
A tese dos dois fundos abrange áreas como entretenimento, casa conectada, marketplace, educação, energia, saúde e serviços financeiros. Ambos buscam startups com sinergia com a estratégia de inovação e novos negócios da Vivo.