Em uma conversa em um aeroporto, Renato Jerusalmi, que estava na época na JGP, perguntou se Daniel Lemos, então na XP Investimentos, não teria interesse em montar uma asset focada em crédito, ao contrário da maioria das gestoras que surgiam orientadas a ações e multimercados.
Surpreendentemente, Lemos respondeu que estava deixando a XP e que seu objetivo era realmente fundar uma casa nos moldes propostos por Jerusalmi. Esse foi o embrião da Riza Asset, que nasceu em janeiro de 2020. Além de Lemos e Jerusalmi, Paulo Prado fazia parte do time que fundou a gestora.
Quase seis anos depois, a Riza Asset saiu de zero para R$ 20 bilhões sob gestão, surfando o boom do crédito privado dos últimos anos no Brasil. "Pegamos o boom do crédito privado no Brasil, com fluxo de capital buscando mais segurança, menos volatilidade e uma Selic alta que tornava o nominal muito interessante", diz Jerusalmi, ao Café com Investidor, programa do NeoFeed que entrevista os principais investidores do Brasil.
Esse crescimento, no entanto, não foi exatamente em uma linha reta – e sem turbulências. Logo no começo da gestora, a pandemia fez os primeiros fundos perderem dinheiro. A crise de Americanas e Light, em 2023, também foi um momento difícil para a gestora e para o setor.
No setor do agronegócio, que tem passado por um período de estresse alto nos últimos anos, com muitas empresas em recuperação judicial e com dificuldade de honrar os compromissos de crédito, a Riza Asset conseguiu passar ilesa.
Um exemplo é Terrax (RZTR11), fundo com quase R$ 2 bilhões, cuja estratégia é comprar terras e alugar para produtores rurais, estratégia conhecida como sale and leaseback. “Saímos do mundo de revendas e distribuidores, que têm margens muito baixas e foram os mais afetados”, afirma Jerusalmi. “Focamos em produtores de milho, algodão e soja.”
Atualmente, a Riza Asset conseguiu também uma diversificação de suas estratégias. A parte de líquidos, que inclui renda fixa e variável, tem R$ 9 bilhões sob gestão. A de agro, R$ 3 bilhões. Real estate fica com R$ 3 bilhões, a mesma cifra de FIDCs. Crédito estruturado, infraestrutura e private equity contam com R$ 2 bilhões.
Nesta entrevista, que você assiste no vídeo, Jerusalmi explica como faz seus investimentos e conta se está comprado ou vendido na bolsa brasileira, juros, fundos imobiliários e crédito.