O mercado de seguros brasileiro tem mostrado sinais de aquecimento, especialmente em segmentos que historicamente eram menos explorados. O mercado pet é um deles.

O Brasil possui a terceira maior população de animais de estimação do mundo, segundo pesquisa Quaest. Isso significa que 72% dos lares brasileiros têm algum animal de estimação. Para a Bradesco Seguros, essa é uma oportunidade de negócios.

“Estamos lançando em outubro o Seguro Residencial Pet, que é um seguro com muitas coberturas para cães e gatos. Não é só assistência, é uma cobertura bem completa para o pet”, diz Ney Dias, presidente da Bradesco Auto/RE, no Números Falam, programa do NeoFeed.

Nesse segmento, a seguradora do Bradesco vai encarar a Petlove, que tem uma parceria com a Porto e é distribuída pelo Itaú Unibanco.

Responsável na Bradesco Seguros pela área de automóveis e ramos elementares, ou seja, tudo o que se refere à proteção de bens materiais, responsabilidades e pessoas, Dias conta que o seguro residencial tem sido um destaque de expansão no grupo.

Esse segmento cresceu 20% no segundo trimestre e tem alcançado cerca de R$ 100 milhões mensais em arrecadação. "Depois da pandemia, as pessoas passaram mais tempo em casa e a preocupação em proteger a residência ficou cada vez maior", afirma Dias.

O executivo destaca que o seguro residencial no Brasil ainda é "extremamente barato" comparado a outros países. Enquanto uma casa de padrão médio no Brasil paga entre R$ 100 e R$ 150 anuais, nos Estados Unidos, esse valor pode chegar a US$ 4 mil e US$ 5 mil. No Chile, por exemplo, país com ocorrência de terremotos, varia entre US$ 800 e US$ 2 mil.

Há um enorme espaço para crescimento. Apenas 17% das residências brasileiras estão seguradas. É um número baixo, assim como o seguro de automóveis: 70% da frota nacional de carros não tem uma apólice de seguro.

“O automóvel é um problema da sociedade. Se um condutor causar um dano a um terceiro, a pessoa pode não ter condições de arcar com esse dano”, diz. “É importante que a gente tenha uma cobertura cada vez maior da frota nacional.”

Indenização em cinco dias pela IA

Um dos grandes trunfos da Bradesco Seguros tem sido o uso de inteligência artificial para acelerar processos. Na regulação de sinistros de automóvel, por exemplo, a tecnologia permite identificar rapidamente se um dano ficou abaixo da franquia ou se é uma perda total.

"Isso significa maior velocidade na indenização para o cliente e menor custo administrativo para nós", afirmaDias.

O ganho de tempo, segundo o executivo, é de cerca de cinco dias a menos no processo, considerando que a empresa trabalha com milhares de sinistros mensalmente.

Outro segmento em forte expansão é o de proteção digital, com crescimentos entre 50% e 70% mensais. A empresa desenvolveu um produto de cyber riscos em parceria com a SwissRe focado especialmente em pequenas e médias empresas. O diferencial está na prevenção.

"Esse é um produto que atua não só na indenização, mas principalmente na prevenção. De largada, a pequena e a média empresa têm uma avaliação do seu risco atual para trabalhar na melhoria que for necessária", diz o presidente da Bradesco Auto/Re.

No primeiro semestre deste ano, o grupo segurador do Bradesco registrou lucro líquido de R$ 4,7 bilhões, alta de 14,2% sobre o mesmo período de 2024. O crescimento levou a instituição financeira a revisar para cima suas metas anuais de expansão, de 9% para 13%.