A Reag Investimentos, com R$ 163 bilhões sob gestão e R$ 191 bilhões sob administração, comprou 100% das ações da Quasar Asset Management, gestora de recursos independente e multiestratégia, com ênfase na análise fundamentalista e forte atuação no crédito. O investimento visa fortalecer a Reag no segmento de asset management.

No acordo, a Reag acrescenta, além dos ativos sob sua gestão da Quasar, cerca de R$ 1 bilhão, sua equipe de investimentos de 20 profissionais, que reforçarão as estratégias de operações estruturadas complexas, incluindo fundos imobiliários, fundos de special situations e fundos de crédito.

Segundo a gestora, a compra faz parte de um plano mais amplo de crescimento inorgânico em 2024 para se tornar uma referência em gestão de recursos em dois ou três anos. A Reag Asset tem hoje cerca de R$ 20 bilhões sob gestão. Na mira, estariam outras casas especializadas.

Em paralelo a esse M&A, a Reag contratou Eduardo Barone como diretor comercial da asset. Com mais de 30 anos de atuação no mercado, incluindo passagens por grandes instituições financeiras, como BTG Pactual, Itaú Asset e Credit Suisse, e com pós-graduação pela Universidade de Stanford, Barone ajudará nesse movimento de crescimento da gestora.

João Mansur reag
João Carlos Mansur, CEO da Reag Investimentos

“Esse é apenas o primeiro movimento para fortalecer nossa atuação na área de asset management. Para tanto, não miramos volume, mas empresas com times qualificados que contribuirão para o desenvolvimento de soluções tão boas ou melhores do que as que já oferecemos hoje”, diz João Carlos Mansur, CEO da Reag Investimentos

Apesar de essa ser a primeira aquisição de uma gestora de recursos pela Reag, esse não foi o seu primeiro investimento. Em 2022 e 2023, a empresa adquiriu a Rapier Investimentos, casa de wealth management do Rio de Janeiro, e a Quadrante Investimentos, sociedade independente de gestão de patrimônio, de São Paulo.

E desde a sua fundação, em 2011, mais de 10 operações já foram realizadas. Entre elas estão a BizHub Ventures, que pertencia à Alvarez & Marsal e permitiu a entrada no venture capital, e empresas na área de crédito, como a financeira Qista; o marketplace de crédito Bom Pra Crédito; SOSBolso, criada com foco em consignado; e a Condocash, voltada para condomínios residenciais e empresariais.

No ano passado, a Reag esteve no centro de um embate com o GetNinjas. A gestora comandada por Mansur ficou incomodada com o management da companhia, que pretendia devolver aos acionistas 80% do seu caixa. Para a Reag, o GetNinjas estava perdendo oportunidades de expansão de mercado. A gestora adquiriu participação relevante, mobilizou os minoritários e, no fim, conseguiu aprovar uma OPA para fechar o capital do aplicativo de serviços.

O movimento de consolidação entre gestoras independentes está só no começo. Estudo publicado pelo NeoFeed mostra que casas com menos de R$ 400 milhões sob gestão ativaram o "modo sobrevivência". De acordo com a TAG Investimentos, responsável pelo levantamento, esse é o montante mínimo para custear um aluguel de uma laje de 150 m² na região do Itaim Bibi (a avenida Luiz Carlos Berrini foi utilizada como exemplo) com 15 profissionais tendo um ROA (retorno sobre ativos) de 1%.

Na semana passada, a MAG Investimentos, do grupo Aegon, adquiriu o fundo de ações da Somma Investimentos e absorveu um patrimônio de R$ 322 milhões para a estratégia de renda variável. Ao todo, a MAG detém R$ 14 bilhões no Brasil. Os M&As entre gestoras parecem estar só no começo.