A SulAmérica Investimentos quer ampliar a sua oferta de fundos de debêntures incentivadas, que se mantiveram isentas de imposto de renda para a pessoa física e já somam mais de R$ 200 bilhões no mercado.
Desta vez, a gestora lança seu primeiro fundo listado em bolsa, um formato que baixa o tíquete de entrada e, ao mesmo tempo, dá mais previsibilidade ao gestor para fazer alocações de longo prazo.
Com aproximadamente R$ 90 bilhões sob gestão, a SulAmérica tem cerca de R$ 30 bilhões em crédito privado, sendo R$ 1,5 bilhão em fundos de debêntures incentivadas. O novo produto pretende chegar ao público de varejo, com o preço de R$ 102,82 por cota - aplicação mínima de 10 cotas - e o apelo de distribuição mensal de dividendos.
“Esse mercado hoje se tornou muito líquido. Estamos apostando que conseguimos chegar a um público mais massificado sem abrir mão de alocações de longo prazo com a listagem a mercado”, diz Marcelo Mello, CEO da SulAmérica Vida, Previdência e Investimentos.
O fundo SUIN11 está em oferta para captar R$ 400 milhões, com um lote adicional de R$ 100 milhões, e terá uma estratégia que de rentabilidade próxima do CDI. O objetivo do fundo é conseguir retorno de CDI+0,5% ao ano, cobrando uma taxa de administração de 0,9% ao ano. O coordenador líder da oferta é o Itaú BBA e os outros são o Bradesco BBI e o UBS BB.
Aproveitando os ganhos de mercado com o fechamento dos spreads, o fundo terá gestão ativa para garantir um retorno maior do que uma alocação direta no ativo, além de mais diversificação para os investidores.
Por ser listado em bolsa, o fundo terá oscilações de mercado, algo que pode afastar os investidores mais conservadores. “Nossas projeções são de que a Selic comece a cair no ano que vem, mas termine o ano em 12%, ainda um valor alto, o que beneficia a renda fixa, mas abre a possibilidade de tomar um pouco mais de risco”, afirma Mello.
As debêntures incentivadas tiveram recorde de emissões em 2024, passando de R$ 130 bilhões, e devem chegar ao mesmo patamar neste ano. Até agosto, as emissões já somaram R$ 97,3 bilhões, com um aumento de 10,4% na comparação com o mesmo intervalo de 2024. E não falta demanda para esses números continuarem batendo recordes.
Segundo estudo da ABDIB (Associação Brasileira da Infraestrutura e Indústrias de Base), apenas os setores de transporte, energia, telecomunicações e saneamento precisam de investimentos na ordem de R$ 500 bilhões por ano, ou de cerca de 2,27% do PIB.