A venda da Credz para a DM se desenrola como capítulos de uma novela em que os protagonistas recuam, depois voltam atrás e o final feliz vai apenas se demorando a chegar. Mas, agora, parece que o fim está, de fato, mais perto.
Após terem recuado de seus pedidos de execução da dívida que possuem com a Credz, o Credit Suisse e o Banco BV concordaram com os termos para que a administradora de cartões seja incorporada pela DM, controlada da Vinci, segundo fontes ouvidas pelo NeoFeed.
Com as aprovações dos dois bancos, fica faltando a assinatura da documentação de compra e venda entre Credz e DM. “Tem que estruturar tudo ainda e as condições precedentes serem cumpridas”, disse uma das fontes, que pediu para não ser identificada.
As assinaturas marcam uma reviravolta no caso, depois que Credit Suisse e BV entraram na Justiça para executar as dívidas que a Credz tem com ambos – a companhia tem uma dívida de cerca de R$ 210 milhões com o banco suíço, que foi incorporado pelo UBS, e de R$ 91 milhões com o BV.
Ambos os bancos acabaram recuando da medida, abrindo caminho para a continuidade da operação, que já tinha sido aprovada por debenturistas e os cotistas do FIDC da Credz.
Segundo o NeoFeed apurou, em linhas gerais, ficou decidido que a Credz permanecerá com parte da dívida, que pode ser de cerca de R$ 250 milhões, enquanto o restante deve subir para uma sub-holding.
Além disso, a DM deverá ter um aporte de capital de cerca de R$ 350 milhões, enquanto a família Zogbi pode colocar R$ 75 milhões. A Visa deve aparecer com um aporte de cerca de R$ 150 milhões, considerando o arranjo que tem com a Credz.
Conforme antecipou o NeoFeed, no fim de setembro, uma assembleia geral de credores aconteceu entre gestores de bancos e assets com o management da administradora de cartão de crédito.
O tema era a quebra de covenants de debêntures que somam R$ 314 milhões, dívidas de R$ 750 milhões em empréstimos bancários e um FIDC que supera R$ 1 bilhão, situação deflagrada por ela não ter pago uma nota comercial ao BV em setembro.
Criada em 2012, a Credz é uma emissora de cartões que tem a família Zogbi como maior acionista, com 81% da companhia. Em seguida aparece a família de José Renato Borges, morto no início do ano, com 19%. Atualmente, a companhia tem mais de 3,7 milhões de cartões emitidos.
Procurado pelo NeoFeed, o UBS não retornou o pedido de comentários até o momento. A Credz, a DM e o o Banco BV informaram que não comentarão o assunto.