A Galapagos Capital fez aquisições estratégicas para crescer no competitivo mundo dos investimentos e hoje atua com investment banking, asset management e wealth management, tendo mais de R$ 20 bilhões sob gestão.
Há um ano, comprou o multi family office (MFO) Taler, fundado por Mari Emmanouilides, e entrou em um segmento que ainda tem muito a crescer. Para a agora sócia e responsável pela área de wealth management na Galapagos, foi a oportunidade de juntar peças para criar algo mais robusto.
“Eu queria estar na gestão e não na distribuição, mas isso só é plenamente possível atendendo a pessoa jurídica também, com um banco de investimento, que eu não tinha. E a Galapagos estava crescendo muito, mas sem um MFO. Então, foi o casamento perfeito”, conta Emmanouilides ao Wealth Point, programa do NeoFeed que tem o apoio do Banco Master.
Assim como a Galapagos quis o seu multi family office, muitas assessorias de investimento estão em busca dessa "placa". Por isso, a cada dia surgem casas se intitulando family offices. Mas, para Mari Emmanouilides, nem todo mundo de fato é.
Para ser, é preciso ir além da gestão de investimentos dos recursos líquidos. Um family office olha para todo o patrimônio da família e de forma atuarial, para ver se as receitas geradas são compatíveis com os gastos. E é isso que garante a preservação de patrimônio para as próximas gerações.
“Muita gente acha que ter várias centenas de milhões pode ser algo que garanta que esse patrimônio não vai acabar. Não é verdade. Porque se é uma família que tem um consumo alto mensal, casa em Nova York, casa em Paris, barco, helicóptero, enfim. A conta mensal passa a ser grande, com folhas de pagamento de staff. Sem uma nova originação de recursos, os milhões acabam”, afirma ela.
O MFO da Galapagos atende a clientes com pelo menos R$ 20 milhões. Mas o wealth management tem uma área para clientes alta renda, com mais de R$ 300 mil, e varejo também. Juntos, as áreas somam mais de R$ 11 bilhões sob gestão. A empresa tem nove escritórios espalhados no Brasil e está também em Miami (EUA) com um RIA e em Genebra (Suíça), com cerca de 120 pessoas.
Enquanto a grande maioria dos recursos, no Brasil, ainda são geridos por bancos; nos Estados Unidos, a maior parte está em casas independentes. “O mercado independente tem muito a crescer. Demorou mais aqui porque temos taxas de juros altas que deram poder aos bancos”, afirma Emmanouilides.