Elon Musk acaba de adicionar mais um capítulo à acirrada disputa contra o fundador da OpenAI, Sam Altman ao oferecer US$ 97,4 bilhões para comprar a entidade sem fins lucrativos que controla a desenvolvedora do ChatGPT, em conjunto com um grupo de investidores. A novidade foi anunciada pelo advogado de Musk, Marc Toberoff, na segunda-feira, 10 de fevereiro.

“Está na hora de a OpenAI voltar a ser a força do bem focada em segurança e código aberto que já foi um dia”, afirmou Musk no comunicado fornecido por Toberoff e acessado pelo Wall Street Journal (WSJ). “Vamos garantir que isso aconteça.”

A oferta foi apoiada pela xAI, empresa de inteligência artificial de Musk, que poderia se fundir com a OpenAI no acordo. Investidores como Valor Equity Partners, Baron Capital, Atreides Management, Vy Capital e 8VC, fundo de Joe Lonsdale, cofundador da Palantir, também estão envolvidos no negócio.

Assim que soube da notícia, Altman respondeu ao fundador da Tesla em sua própria rede social, o X. “Não, obrigado, mas podemos comprar o Twitter por US$ 9,74 bilhões, se quiser” (o valor é menos de um quarto do que Musk pagou pela rede social).

Apesar da resposta "irônica" de Altman, Toberoff afirmou que o grupo de investidores de Musk está disposto a igualar ou superar qualquer oferta mais alta que a sua.

A proposta não solicitada dificultaria os planos de Altman, que incluem a conversão da dona do ChatGPT em uma companhia com fins lucrativos e o investimento de até US$ 500 bilhões por meio da joint venture com o Softbank e a Oracle, chamada Stargate.

Essa não é a primeira vez que Musk e Altman trocam farpas (e ironias). A primeira vez aconteceu em janeiro deste ano, no anúncio do ambicioso projeto Stargate, que prevê investimentos de OpenAI, Softbank e Oracle.

Na ocasião, Musk questionou a capacidade financeira de as empresas levarem adiante o projeto. “Eles não têm esse dinheiro,” escreveu o dono do X em sua própria rede social. “O Softbank tem bem menos de US$ 10 bi assegurados. Tenho informações confiáveis sobre isso.”

Altman respondeu na própria publicação de Musk. “Errado, como você bem sabe,” escreveu. “Quer visitar o local onde as obras já começaram?”

Apesar das trocas de farpas sobre o novo projeto, a mudança para companhia com fins lucrativos tem se mostrado o verdadeiro problema, na visão de Musk. O empresário já entrou com diversos processos judiciais contra a companhia, acusando a OpenAI de trair sua missão original e colaborar com a Microsoft para dominar o setor de inteligência artificial.

A acusação mais recente ocorreu no início de janeiro, quando o advogado de Musk pediu à Justiça que fosse aberto um processo competitivo para determinar o valor real dos ativos da organização sem fins lucrativos, por meio de um leilão.

Na ocasião, a OpenAI classificou as acusações como infundadas e afirmou que a organização sem fins lucrativos será devidamente compensada por sua participação na empresa com fins lucrativos.

“Se Sam Altman e o atual conselho da OpenAI estão determinados a se tornar uma empresa totalmente com fins lucrativos, é fundamental que a entidade sem fins lucrativos seja justamente compensada pelo que sua liderança está tirando dela: o controle sobre a tecnologia mais transformadora do nosso tempo”, afirmou Toberoff no documento.