O Softbank, grupo liderado por Masayoshi Son, registrou um lucro de 421,8 bilhões de ienes (US$ 2,9 bilhões) em seu primeiro trimestre do ano fiscal de 2025, encerrado em 30 de junho. As projeções apontavam para um lucro na faixa de 100 bilhões de ienes (aproximadamente US$ 680 milhões).

A cifra reverteu o prejuízo de 174,2 bilhões (US$ 1,08 bilhão) apurado em igual período, um ano antes. E foi impulsionada, em grande parte, pela recuperação e pelo desempenho do Vision Fund, braço de investimentos em tecnologia do Softbank e um dos negócios mais importantes do conglomerado.

No período, o valor do portfólio do fundo cresceu US$ 4,8 bilhões, o maior ganho reportado em quatro anos. Em linha com essa performance, a divisão também reverteu o prejuízo divulgado um ano antes, de 204,3 bilhões de ienes, ao reportar um lucro de 451,4 bilhões de ienes (US$ 3,1 bilhões).

Além do investimento em startups no mercado privado, a valorização acumulada pelo Vision Fund foi turbinada pela recuperação de empresas listadas de tecnologia nas quais o fundo tem participação, como a plataforma de e-commerce Coupang e os aplicativos de transporte e delivery Grab e Swiggy.

O desempenho também foi impulsionado pelos ganhos nas ações de empresas como a taiwanesa TSMC e Nvidia, nas quais, o Softbank ampliou sua participação recentemente. Na companhia americana, por exemplo, o grupo aumentou sua participação para mais de US$ 3 bilhões no fim de março.

Na outra ponta, a empresa também se beneficiou de desinvestimentos no período. Em junho, o grupo arrecadou US$ 4,8 bilhões com a venda de parte das ações detidas na T-Mobile US. E, nesta quinta-feira, anunciou a venda de uma fatia adicional, por mais de US$ 3 bilhões.

A recuperação traduzida nos números do Vision Fund traz um cenário mais favorável para que Son e seus pares no Softbank se concentrem naquela que é, cada vez mais, a aposta da companhia: a inteligência artificial.

Pela representatividade e poder de fogo do grupo japonês no campo de tecnologia, os investimentos da empresa nesse espaço também são vistos como um bom termômetro pelo mercado para avaliar os retornos dos desembolsos bilionários que essa onda vem atraindo.

No caso do Softbank, um dos passos mais recentes foi a rodada de US$ 40 bilhões que a companhia liderou na OpenAI, uma das estrelas da inteligência artificial. No aporte, que avaliou a dona do ChatGPT em US$ 300 bilhões, a empresa japonesa se comprometeu a injetar US$ 10 bilhões na operação.

Outra movimentação dentro dessa tese envolveu a compra da Ampere Computing, empresa americana que desenvolve chips com foco em inteligência artificial. Anunciado em março desse ano, o acordo foi fechado por US$ 6,5 bilhões.

Dois meses antes, em outra tacada bilionária, o Softbank anunciou uma joint venture com a OpenAI e a Oracle, batizada de Stargate, com o plano de investir até US$ 500 bilhões em infraestrutura de inteligência artificial. Até o momento, porém, o projeto não decolou.

Com o desempenho recente, porém, as ações do Softbank vêm “levantando voo” na bolsa de Tóquio. No ano, os papéis acumulam uma valorização de 36,7%. No pregão dessa quinta-feira, a alta foi de 1,33%, dando ao grupo um valor de mercado de 17,8 trilhões de ienes (US$ 120 bilhões).