O Nubank, que se prepara para abrir capital na semana que vem e é um dos IPOs mais aguardados pelo mercado, reduziu a faixa de preço esperada para a oferta, em atualização feita nesta terça-feira, 30 de novembro, e enviada à SEC, a comissão de valores mobiliários dos EUA.
Antes, a fintech brasileira estimava que a ação poderia ser precificada entre US$ 10 e US$ 11. Agora, a nova faixa é de US$ 8 a US$ 9, um corte de cerca de 20%. A abertura de capital ocorrerá na Bolsa de Nova York, com a emissão de uma BDR no Brasil. A precificação da oferta será no dia 8 de dezembro, com início da negociação no dia 9.
A diminuição ocorre em meio a um cenário de menos apetite dos investidores às principais fintechs brasileiras. A cotação do Inter, por exemplo, que chegou a valer R$ 84,90 em julho, caiu em mais da metade desde então, para R$ 37,71, uma desvalorização de 55,6%.
Outras duas empresas do meio financeiro negociadas em Nova York, Stone e PagSeguro, também estão sendo penalizadas pelos mercado. A primeira, que há três meses admitiu ter tido problemas com o negócio de crédito, opera em queda de 69% desde o dia 25 de agosto, quando divulgou balanço que mostrava os impactos negativos dos problemas no resultado financeiro. A PagSeguro, por sua vez, acumula desvalorização de 52% em 2021.
Com a atualização enviada pelo Nubank, a empresa agora pode movimentar US$ 2,8 bilhões no IPO, se chegar ao topo da faixa. Antes, a expectativa era de US$ 3,6 bilhões.
Além disso, a estimativa para o valor de mercado da companhia também foi reduzida. Antes, era de US$ 50,6 bilhões, no topo. Agora, é de US$ 41 bilhões.
Antes da revisão feita pela empresa, já havia profissionais do mercado que consideravam que as estimativas do Nubank estavam exageradas. Tanto é que, quando a primeira estimativa foi divulgada pelo Nubank, em 1º de novembro, as ações do Inter se beneficiaram e dispararam quase 20% no mesmo dia. No mercado, a percepção era de que, se havia demanda para tanto no Nubank, empresas como o Inter poderiam se aproveitar do momento favorável.
Com a avaliação anterior, o Nubank superava, com folga, o valor de mercado do banco mais valioso do Brasil, o Itaú Unibanco, de US$ 39,2 bilhões. Agora, estão mais próximos, se a fintech conseguir atingir o topo da faixa.
O Bradesco, segundo banco privado mais valioso, é avaliado em US$ 34,6 bilhões. O Banco Inter é avaliado em R$ 28,4 bilhões. A Stone vale US$ 5,01 bilhões. A PagSeguro, US$ 8,59 bilhões.