Em leilão realizado na B3, em 14 de junho, o empresário Michael Klein comprou apenas R$ 100 milhões em ações, aumentando sua fatia de 25,4% para 27% na Via Varejo. Os demais papeis foram parar em mãos de fundos, que adquiriram 95% da oferta do grupo Pão de Açúcar, que detinha 36% do capital da rede varejista.
Agora, Klein começa a montar estrutura da nova operação da Via Varejo. O nome mais cotado para assumir a presidência da rede varejista é Roberto Fulcherberguer, apurou o NeoFeed.
O executivo é homem de confiança de Klein. Os dois trabalham juntos há quase duas décadas, desde os tempos da Casas Bahia no começo dos anos 2000. Quando a companhia se uniu ao grupo Pão de Açúcar, dando origem à Via Varejo, Fulcherberguer assumiu a vice-presidência comercial da empresa.
Naquele período, ele atuou ao lado de Raphael Klein, filho de Michael, que foi o primeiro presidente da Via Varejo. Quando Raphael deixou a presidência de empresa, em 2012, Fulcherberguer era o nome preferido da família Klein para assumir o comando da rede varejista.
O escolhido para tocar a operação, contudo, foi Antonio Ramatis Fernandes Rodrigues, executivo próximo ao empresário Abilio Diniz, que ainda detinha participação no grupo varejista (Diniz deixou o grupo, depois de longa briga com o controlador Casino, em setembro de 2013).
“O Fulcherberguer é um cara da área comercial que a família Klein sempre teve extrema confiança para tocar o negócio”, afirma uma fonte do setor de varejo, que trabalhou com o executivo.
Desde 2013, Fulcherberguer é conselheiro da Via Varejo, ao lado de Klein, que vai agora reassumir a presidência do colegiado hoje comandado por Ronaldo Iabrudi, ex-presidente do grupo Pão de Açúcar.
Com essas mudanças, tudo indica que Fulcherberguer deixará o conselho para para retornar para o dia-a-dia operacional da rede varejista.
Não serão poucos os desafios que Fulcherberguer terá pela frente. Ele encontrará uma empresa completamente diferente daquela quando atuou ao lado de Raphael na Via Varejo. A começar pela concorrência, que migrou para a internet de forma acelerada.
“Nos últimos anos, a Via Varejo perdeu muitos clientes para o Magazine Luiza e para as operações de e-commerce”, afirma Claudio Felisoni, presidente do Instituto Brasileiro de Executivos de Varejo e Mercado de Consumo (Ibevar).
Na visão de Felisoni, o executivo deve se concentrar nessa área, pois a Via Varejo ficou para trás no comércio eletrônico. Para se ter uma ideia, o Magazine Luiza conta com 38% de sua receita originada de forma online. A rede que voltou para as mãos de Klein vende 19% do total de sua receita pelo site.
“Hoje, a tecnologia é um aspecto essencial”, diz Felisoni. “Instrumentos como big data, inteligência artificial e câmeras inteligentes ajudam a saber o que vender, para quem, a que preço e onde vender.”
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