Equilíbrio em tempos de coronavírus é um desafio até para o Cirque du Soleil, uma das empresas de apresentações artísticas circenses mais conhecidas do mundo.

A companhia, que já andava na corda bamba pelo fluxo de caixa insatisfatório, tem agora de fazer acrobacias para lidar com uma dívida de quase US$ 900 milhões.

Trabalhando com consultores de reestruturação de dívidas, a companhia canadense baseada em Montreal confirma que está avaliando diferentes opções e que uma das saídas pode ser decretar falência. 

Até dezembro do ano passado, o Cirque du Soleil dispunha de US$ 105 milhões em caixa – dos quais US$ 20 milhões eram em dinheiro e o resto em linhas de crédito rotativo.

Mas, diante da quarentena compulsória, que decretou o fechamento por prazo ainda indeterminado de shows e apresentações que promovam aglomeração, o Cirque du Soleil terá de desembolsar US$ 165 milhões nos próximos meses para lidar com os custos de sua dívida e com o reembolso dos espetáculos cancelados.

A empresa não confirma quantas apresentações tiveram de ser canceladas, mas, em Las Vegas, a companhia mantinha uma operação fixa, com pelo menos um show semanal. 

Para tentar contornar a situação, a empresa canadense lançou mão da demissão em massa, dispensando 4,6 mil funcionários – 95% de sua folha de pagamento.

Não há informações da economia que essa medida representa. Sobretudo porque alguns artistas são pagos por hora e outros por apresentação. Algumas notícias estimavam que os profissionais que sobem ao palco podem ganhar entre US$ 30 mil e US$ 100 mil por ano.

Em 2015, o Cirque du Soleil teve seu controle adquirido pela empresa de private equity TPG, numa transação que avaliou a companhia em US$ 1,5 bilhão. 

A companhia conta com 19 shows diferentes, com turnês que passam por 300 cidades em 50 países. Em condições normais, acredita-se que o Cirque du Soleil gere US$ 1 bilhão de receita anual. 

Companhias de entretenimento, como essa, estão sendo bastante afetadas pela crise do coronavírus, que já infectou mais de 500 mil pessoas e provocou mais de 22 mil mortes em todo mundo.

Parques temáticos, como os da Disney, Universal e afins, também tiveram suas ações temporariamente suspensas. Segundo uma reportagem da Forbes, a Disney perde US$ 13 milhões por dia com o fechamento de seus parques em território americano. Essas operações respondem por 30% de toda a renda da companhia.

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