Botswana, Autrália e Alaska. Nos últimos anos, o impacto das mudanças climáticas observados em viagens a esses locais inspirou Larry Fink, CEO da BlackRock, a defender o capitalismo consciente e a cravar que “risco climático é risco de investimento”.
Fink não está sozinho ao levantar essa bandeira. Em contato com os clientes da gestora, que tem US$ 7,8 trilhões em ativos, o executivo americano vem testemunhando o aumento na demanda por investimentos sustentáveis. E, nesse contexto, ele faz um alerta aos países em desenvolvimento.
“O mundo emergente tem um enorme problema nas mãos. Haverá cada vez mais pressão dos países que são os donos do capital, como Estados Unidos e Japão”, afirmou Fink, em participação nesta terça-feira na 1ª Conferência Itaú Amazônia.
“O que esses países estão dizendo é: nós não vamos mais emprestar dinheiro se o seu país seguir fazendo coisas que não são mais aceitáveis”, disse. “Para as nações em desenvolvimento, será cada vez mais difícil acessar capital estrangeiro se a sustentabilidade não for priorizada.”
Para Fink, essas questões e os impactos das mudanças climáticas terão ainda mais reflexos nos países abaixo da linha do Equador, nos quais o clima é mais quente e onde os riscos desse cenário serão mais severos, especialmente para as pessoas menos favorecidas.
Dentro desse mapa, ele destacou a situação do Brasil, especialmente pelas suas riquezas naturais. “O Brasil tem uma posição singular para ser uma estrela nesse tema”, afirmou. “Mas precisa ser mais agressivo em sustentabilidade e, para isso, vai precisar de aporte de capital.”
Ele ressaltou que há uma grande demanda no exterior para investimentos no País, mas observou que ela está atrelada a uma abordagem consistente na área. “Há um grande fluxo de capital para isso. É importante que o Brasil entenda que a sustentabilidade pode ser um grande ativo para o País.”
Ainda sob essa ótica, Fink falou sobre as oportunidades que a região, devido ao seu clima, tem em campos como as fontes de energia renováveis. E complementou: “Todos precisamos pensar o capitalismo de maneira holística e pensar como podemos financiar essas estratégias no mundo emergente.”
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