O restauranteur Ricardo Trevisani conta que foi apenas na quinta visita ao local, o Edifício K1, ainda em obras, que ele decidiu que iria aceitar o convite para ter um restaurante nos últimos andares do prédio.

Não por acaso foi a primeira vez que ele visitou o prédio no período noturno. Foi a vista mais do que privilegiada que o levou a dizer sim ao projeto do incorporador Reinaldo Calil, que procurava um sócio para ocupar o 28º andar do edifício, em Santana, zona norte de São Paulo.

Nascia, assim, o Lassù, palavra italiana que significa “lá em cima” e é inspirado na clássica música “Nel blu, dipinto di blu (Volare)”.

Trevisani também recorreu à vista noturna para apresentar o projeto a João Paulo Diniz, filho do empresário Abilio Diniz, seu sócio no restaurante Ristorantino, nos Jardins, e que também aceitou entrar neste projeto. “Ele ficou empolgado com a vista”, conta Trevisani. Juntos, o trio investiu R$ 4 milhões na obra, de uma previsão inicial de pouco mais de R$ 2 milhões.

"O Lassù foi uma aposta do Ricardo que eu resolvi entrar junto porque acredito que os lugares cada vez mais para serem sucesso tem que ter um diferencial marcante", disse Diniz, ao NeoFeed. "A nossa aposta foi uma grata surpresa porque superou em menos de dois meses de vida todas as nossas expectativas."

Localizado no final da avenida Cruzeiro do Sul, na Zona Norte de São Paulo, o salão do Lassù tem uma vista de 270 graus de São Paulo, do Pico do Jaraguá até a Serra da Cantareira, passando pelo Campo de Marte, os prédios do espigão da avenida Paulista e a imensidão luminosa da cidade. É de tirar o fôlego.

E para que a vista não fosse um privilégio de poucos, o salão principal é giratório. Em uma hora e 45 minutos, ele dá a volta completa no ambiente, e a vista dos clientes passa pelos diversos ângulos da janela panorâmica até o bar, que fica do lado oposto do salão.

A vista e a sala giratória são os principais atrativos do local, que, com capacidade para 100 pessoas, registra fila de espera desde a inauguração. Trevisani conta que se surpreende mesmo é com o público.

Há uma forte presença daqueles que moram em Santana e região, mas quase metade dos presentes são antigos clientes do restauranteur, que cruzam a cidade para comer (ou desfrutar da paisagem) no novo empreendimento. “Essa mesa ao lado, por exemplo, veio do Morumbi”, conta sobre o casal que apreciava a vista no dia da visita.

Investir em um restaurante gastronômico fora do eixo Jardins-Itaim é um risco? Trevisani diz que não. “Acredito que será um restaurante com clientes de toda a cidade, um ponto turístico pela vista.” Assim como é o Terraço Itália, região central de SP, e está se tornando o Vista, que fica no topo do Museu de Arte Contemporânea (MAC), no Parque Ibirapuera, e o The View, próximo a avenida Paulista.

Mas ele sabe que foi preciso ousar. O salão giratório é o melhor exemplo. Apenas a sua estrutura custou mais de R$ 800 mil, precisou de inacreditáveis 8 mil parafusos e pesa 8 toneladas. E foi responsável pelo atraso de mais de seis meses da obra (a casa abriu no final do ano passado).

O salão giratório custou mais de R$ 800 mil e precisou de 8 mil parafusos e pesa 8 toneladas

No cardápio, a dupla Diniz e Trevisani optou por fazer um menu mais descompromissado. O tíquete médio do Ristorantino é de R$ 230, contra R$ 160 do Lassù. As duas casas seguem a gastronomia italiana, mas o Lassù traz alguns ingredientes brasileiros em suas receitas.

O único prato presente nos dois restaurantes é a lasanha, um clássico do Ristorantino, preparado com ragu de carne, tartufo negro e creme de grana padano.

Gnocchi vermelho de batata roxa

O próximo passo será a inauguração de um bar no 29º andar. A ideia é transformar o último andar em um espaço para eventos, com piano bar e DJ, além da área ao ar livre, ideal para um happy hour. Com estimativa de custos de R$ 1,5 milhão a R$ 2 milhões, as obras ainda estão no início e o bar deve ser inaugurado no segundo semestre deste ano.

É o tempo para a casa azeitar o serviço, ainda um pouco confuso. Mas que pelo currículo de Trevisani, isso deve ser questão de tempo. Seu esmero com o serviço do salão vem com a escola Fasano, onde ele começou como cumin (auxiliar de garçom em 1985) e ganhou destaque como gerente do Gero, onde trabalhou de 1994 a 2010.

Desde 1999, Trevisani negociou ter o seu próprio negócio, o restaurante Maremonte, na Riviera de São Lourenço, o que o levava a trabalhar em São Paulo durante a semana, e no litoral, nos finais de semana. Com a venda do Maremonti em 2013, ele partiu para investir no Ristorantino. E, pelo jeito, gostou de empreender.

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