As interações podem ser virtuais. Mas o interesse de empresas no metaverso é cada vez mais real. Muito além da Meta, novo nome do Facebook, rebatizado justamente para realçar seu interesse nesse conceito, diversas marcas estão investindo em iniciativas concretas e invadindo esse espaço.
O passo mais recente foi dado na quinta-feira, 6 de janeiro. A Samsung anunciou que está “abrindo as portas” da loja da marca no metaverso por meio de uma parceria com a plataforma Decentraland. Batizado de Samsung 837X, o projeto é uma versão da Samsung 837, loja física da empresa instalada em Nova York.
“O metaverso nos permite transcender os limites físicos e espaciais para criar experiências virtuais únicas, que não poderiam acontecer de outra forma”, disse Michelle Crossan-Matos, vice-presidente sênior de marketing e comunicações da Samsung Electronics America.
Entre outros atrativos, a Samsung 837X contará com espaços virtuais como o Connectivity Theatre, que trará as novidades que a Samsung está apresentando nesta semana na Consumer Electronic Show (CES), tradicional feira de tecnologia, além de outras soluções do portfólio da empresa sul-coreana.
No lançamento, a companhia também vai promover uma festa na sexta-feira, 7 de janeiro, com a participação da DJ Gamma Vibes, a partir da loja de Nova York e do Customization Stage, espaço da Samsung 837X. No evento serão sorteadas três coleções limitadas de roupas para os avatares na plataforma.
Segundo a Samsung, a parceria com a Decentraland terá um prazo limitado. A companhia destacou, porém, que planeja levar essa mesma experiência para mais pessoas no decorrer do ano, em novas plataformas.
A iniciativa complementa outros movimentos feitos pela Samsung dentro ou próximas do conceito de metaverso. No início desta semana, por exemplo, a companhia anunciou que irá integrar plataformas para a compra e venda de tokens não-fungíveis, os NFTs, em suas smart TVs.
Quem também fez sua estreia no metaverso nesta semana foi a H&M. A varejista sueca de moda lançou sua primeira loja inspirada nesse conceito por meio de uma parceria com a Ceek, plataforma de streaming de realidade virtual.
O lançamento contou com a divulgação de uma nova coleção da empresa, apresentada em uma festa, na qual os convidados podiam usar as peças em seus avatares. As roupas já podem ser compradas para serem usadas nesse ambiente e, em breve, a rede deve oferecer os mesmos itens em suas lojas físicas.
A trilha rumo ao metaverso também já atraiu marcas como a Nike e a Adidas. A primeira anunciou o lançamento, em novembro de 2021, da Nikeland, loja virtual hospedada na plataforma de games Roblox.
O ambiente da Nike foi criado sob a inspiração da sede física e global da empresa. Por lá, os jogadores podem tem à disposição recursos como jogos interativos e um showroom digital, no qual é possível equipar seus avatares com itens da marca.
A Adidas, por sua vez, também anunciou sua entrada nessa arena em novembro do ano passado. A marca planeja construir seu próprio espaço virtual, batizado de adiVerse, dentro da The Sandbox, outra plataforma ligada ao metaverso.
Conhecida por seus tênis e roupas, a Vans é mais uma a engrossar essa lista. Em setembro de 2021, a empresa ingressou nesse espaço com a criação da Vans World, por meio de uma parceria com a Roblox e que permite aos usuários customizarem seus tênis e comprarem produtos.
A lista de marcas e companhias que já estão explorando o metaverso inclui ainda nomes como Gucci e Louis Vuitton. E já tem seus exemplos também no Brasil. É o caso da Renner. Em junho do ano passado, a varejista colocou seus pés nesse universo com a Renner Play, iniciativa hospedada no Fortnite, o jogo de grande sucesso da Epic Games.
O fato é que, apesar de ainda embrionário, o metaverso começa a despontar como o próximo terreno a ser conquistado pelas marcas no relacionamento com seus consumidores. E muitas empresas estão tentando sair na dianteira para marcar posição nessa corrida.