"Nada é impossível", diz o slogan da Adidas. E a venda da Reebok, comprada pelo grupo alemão de marcas esportivas por US$ 3,8 bilhões em 2005, vai entrar, de fato, na pauta.

A decisão vai ser comunicada em 10 de março de 2021, quando a Adidas apresenta seu planejamento estratégico para os próximos cinco anos. O grupo alemão confirmou que a venda é uma das opções.

Nos últimos tempos, a Adidas vem tentando revitalizar a marca no mercado americano, que deveria fazer frente a rival Nike. Mas, até agora, não tem obtido sucesso. Desde 2016, quando Kasper Rorsted chegou à posição de CEO da Adidas, um plano de resgate da Reebok foi colocado em curso.

Rorsted atuou com mãos de ferro, o que incluiu o fechamento de dezenas de lojas da Reebok em diversas regiões dos Estados Unidos. Essa verdadeira "ginástica" corporativa surtiu efeito e, em 2018, a marca voltou a dar lucro, dois anos antes do esperado.

Apesar da operação positiva, o ritmo de crescimento da Reebok é consideravelmente mais lento do que o da Adidas. Em 2019, por exemplo, as vendas da Reebok subiram 4% para € 1,748 bilhão, enquanto as vendas da Adidas saltaram 8%, para € 21,52 bilhões.

Com a pandemia do novo coronavírus, o peso da Reebok pode ser sentido ainda mais. No terceiro trimestre deste ano, a queda do desempenho de vendas foi de 12,3%. As vendas da marca Adidas recuaram apenas 6,7%.

Segundo Rorsted, a Reebok foi mais afetada porque a marca não está tão associada a esportes outdoors e ao segmento de corrida, que são os setores que performaram melhor nesses tempos.

Paralelamente, a maior penetração da marca nos Estados Unidos também foi desvantajosa, uma vez que a recuperação da economia no país tem sido mais lenta que a da Europa.

Diante deste cenário, a venda da Reebok passou a ser uma opção cada vez mais à mesa dos executivos da Adidas. Entre os potenciais interessados em adquirir a operação da empresa estão a chinesa ANTA Sports e a americana VF Corporation, que já é dona da Timberland, Vans e North Face.

Na bolsa, a novidade foi bem-recebida e as ações da Adidas fecharam o pregão em alta de 1,8%. Desde março, a marca acumula alta de 93% e seu valor de mercado encosta nos US$ 68 bilhões.

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