O empresário Abilio Diniz, acionista da rede varejista Carrefour na França e no Brasil, disse que o “lockdown” que está paralisando a economia brasileira tem de ter prazo para terminar.

“Essa questão do lockdown, esse contingenciamento, tem de terminar dentro de um certo tempo. É bom que as autoridades deem uma dimensão. Eu preferia que durasse semanas. Não há necessidade de esperar meses”, disse Diniz, durante uma live no Instagram para o canal de Thiago Nigro, conhecido como Primo Rico. “As pessoas precisam enxergar um horizonte e esse horizonte precisa ser colocado para as pessoas.”

O empresário disse também que está preocupado com a crise. “Estaria fora do mundo se não estivesse preocupado”, afirmou. Mas recomendou serenidade, porque à medida que o nervosismo toma conta, a tendência é não raciocinar direito. “O que eu aprendi com as crises que passei é que elas começam, duram um certo tempo e depois vão embora. Toda crise termina.”

Questionado sobre a recomendação que dá aos investidores, em um momento em que a bolsa caiu mais de 50%, Diniz lembrou que todo mundo está perdendo dinheiro neste momento. “Os grandes e pequenos investidores, as grandes empresas e até e Península”, disse ele, referindo-se a gestora que administra a sua fortuna.

Mas, de acordo com Diniz, é preciso ter paciência porque o mercado vai se recuperar. “Está tudo muito desvalorizado. Não se desespere, nem olhe muito. Espere baixar a marola e esse turbilhão. Quem investiu em bons papéis não precisa ter medo: vai voltar. Tem que esperar. Não adianta pular de um lado para o outro.”

Diniz lembrou também que as operações de comércio eletrônico dos grandes varejistas vai sair fortalecida dessa crise. Mas afirmou que já está provado que não existe só varejo online. “Mesmo na China, as grandes empresas de internet, como o Alibaba, estão construindo lojas físicas. Lá, eles estão indo da internet para a loja física.”

"Quem investiu em bons papéis não precisa ter medo: vai voltar. Tem que esperar. Não adianta pular de um lado para o outro.”

Durante a conversa que durou aproximadamente 30 minutos e contou com a participação de mais de 50 mil pessoas online, Diniz não minimizou a grave crise do coronovírus. Disse que está de quarentena em casa com sua mulher e filhos pequenos e está cumprindo todas as orientações das autoridades sanitárias.

“Eu continuo trabalhando em casa, o tempo inteiro, e procuro ajudar as pessoas menos favorecidas”, disse Diniz. Ele afirmou que tem feito doações de cestas básicas e dinheiro para projetos sociais.

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