Engenheiro de formação, Jânyo Diniz enveredou pelo mundo da educação em 2003, quando seu irmão, Janguiê, fundou a Ser Educacional e o convidou para ser o CEO do novo negócio. No início, a operação estava restrita à Faculdade Maurício de Nassau, no Recife (PE) e a pouco mais de 300 alunos.

Dezoito anos depois, o quadro é bem diferente. A Ser expandiu seus limites muito além da capital pernambucana e é dona da Uninassau, Univeritas e Uninorte, entre tantas outras marcas. E, avaliada em R$ 1,7 bilhão e com 223,8 mil alunos, é hoje um dos principais nomes do ensino superior no País.

Recém-chegado à “maioridade”, o grupo prepara agora uma nova guinada. E como é próprio dessa idade, não são poucos os planos em curso. Uma questão, no entanto, une todos os projetos em desenvolvimento na empresa.

“O modelo antigo, de um curso para vida toda, acabou”, afirma Diniz, em entrevista ao Conexão CEO (vídeo completo acima). “O ciclo da educação vai passar por cursos e tíquetes menores, mas vai acontecer várias vezes na vida do aluno. E estamos nos adaptando a essa nova realidade.”

Essa transformação passa pela construção de um ecossistema capaz de acompanhar toda essa jornada. A começar por uma plataforma que usa inteligência artificial para sugerir o curso e a universidade mais aderente ao bolso e ao perfil do aluno. Mesmo que essa instituição não seja parte do portfólio da Ser.

Além de suas turmas tradicionais e também as de concorrentes, essa estratégia está conectada a um marketplace, batizado de GoKursos, que oferece mais de 5 mil cursos livres, voltados ao preenchimento de lacunas de formação ou aprimoramento profissional.

Agora, para consolidar a última ponta dessa estratégia, a Ser prepara o lançamento de uma rede social de empregabilidade, nos moldes do LinkedIn e com grande foco nos formatos de voz e vídeo. “Entre outros recursos, essa rede vai ter recrutamento, mentoria, orientação e uma ferramenta que vai fazer a combinação entre o perfil do usuário e das empresas”, conta Diniz.

No programa, ele fala ainda de temas como o fim das aulas 100% presenciais na Ser; as mudanças nos cursos regulados do grupo; o foco na área de medicina; a educação customizada; a expansão dos polos e campi; a estratégia de aquisições; e a aproximação com edtechs.