Com as ações acumulando queda de 37% em 2022, a XP decidiu abrir os cofres e realizar um programa de recompra de até R$ 1 bilhão, numa sinalização de que vê os ativos em patamares baratos. 

A empresa anunciou nesta quarta-feira, 11 de maio, que o conselho de administração autorizou a recompra do montante equivalente em dólares de suas ações Class A negociadas na Nasdaq, a preços de mercado, ou em transações privadas.

O programa terá início na quinta-feira, 12 de maio, com duração de um ano, ou até realizar as compras almejadas.

As ações da XP vem sofrendo ultimamente em meio à piora do cenário macroeconômico, com inflação e taxas de juros em alta no mundo inteiro. 

A situação foi particularmente difícil no primeiro trimestre, com a guerra da Rússia contra a Ucrânia e a variante ômicron da Covid-19 provocando forte volatilidade no mercado de ações, em que se concentra a maior parte da receita da XP. 

Embora tenha registrado um aumento de 22% no total de ativos sob custódia no primeiro trimestre de 2022, em relação ao mesmo período do ano passado, a captação líquida total recuou 33%. 

Além disso, a média de negociações diárias no varejo recuou 28% em base anual, refletindo também o aumento da taxa básica de juros no Brasil, a Selic, que afugentou muitos investidores do mercado de renda variável. 

Outro ponto que vem pesando é a parte de mercado de capitais, com as emissões de dívida e ações prejudicadas pela piora do cenário. A receita da divisão recuou 48% no ano contra ano. 

O fraco desempenho foi penalizado logo no dia seguinte à divulgação do balanço, ocorrida em 3 de maio, com a XP perdendo quase US$ 2 bilhões em valor de mercado. Atualmente, sua avaliação está em US$ 10,3 bilhões. 

Além das questões operacionais, as ações da XP também tem sido prejudicadas pelo excesso de papéis em circulação, após o Itaú adquirir 11,36% do capital da plataforma de investimentos. 

As ações da XP fecharam o pregão de hoje com queda de 3,00%, a US$ 18,09.