A XP deu mais um passo em sua caminhada rumo ao trilhão. Nos resultados financeiros divulgados nesta terça-feira, 3 de maio, a companhia fundada por Guilherme Benchimol informou que o valor sob sua custódia aumentou 22% ante o primeiro trimestre do ano passado e agora soma R$ 873 bilhões.

A tendência é de que a companhia atinja a marca do trilhão ainda neste ano. O desafio é manter o ritmo de crescimento. Em relação ao quarto trimestre, o volume sob custódia aumentou 7%. Se mantiver essa toada, a empresa poderá alcançar o objetivo no fim do terceiro trimestre.

“O crescimento segue firme, sólido e com resiliência. O tamanho depende de algumas variáveis que não controlamos” diz Bruno Constantino, CFO da XP, em entrevista coletiva após a divulgação dos resultados.

De acordo com o executivo, as tais variáveis vieram do cenário global. Entre elas, o aumento dos casos de Covid-19 e a escalada da guerra na Ucrânia. “Um trimestre que não sei se foi imprevisível, mas desafiador no cenário macroeconômico”, afirmou Constantino.

Avaliada em em US$ 13,2 bilhões, a XP fechou o dia com queda de 2,3% no pregão. A empresa vem tentando se recuperar na bolsa. Desde o começo do ano, as ações negociadas na Nasdaq já recuaram mais de 18%.

A expectativa é de que os números no segundo trimestre sejam melhores pelo crescimento dos números ao longo do período. “Janeiro praticamente não existiu. Foi como se a gente tirasse esse mês do ano”, disse Constantino. “Mas o trimestre terminou com uma sinalização positiva.”

Com a recuperação, principalmente em março, a XP registrou receita de R$ 3,2 bilhões no primeiro trimestre, alta de 17% em relação ao mesmo período do ano passado. O lucro ficou abaixo do valor bilionário recorde registrado no quarto trimestre, com crescimento de 17% nos últimos doze meses, para R$ 987 milhões. O Ebitda ajustado foi de R$ 1,2 bilhão, alta de 14% ante o mesmo período de 2021.

A XP também informou que o número de clientes ativos em suas plataformas cresceu 17%, para 3,5 milhões. Já a base de agentes autônomos aumentou 24%, para 10,7 mil.

Entre os setores, destaque para a carteira de crédito, que cresceu 142% e atingiu R$ 11,5 bilhões em volume de transações no primeiro trimestre. “A carteira de crédito cresceu muito, mas ela vem de uma base relativamente baixa”, afirmou Constantino. O juro elevado pode atrapalhar o crescimento nos próximos trimestres.

Uma das principais apostas da companhia para 2022, os cartões de crédito lançados no ano passado, geraram R$ 4,5 bilhões entre janeiro e março deste ano, número mais de nove vezes superior ao registrado no mesmo intervalo do ano passado.

O número de cartões ativos mais do que quadruplicou nos últimos três meses e agora soma 308 mil – o que ainda representa menos de 10% dos clientes do grupo.