A vida voltou ao normal, as pessoas levantam da poltrona assim que o avião pousa e você provavelmente já se despediu - ou está se despedindo - do home-office.

Estamos chegando ao fim do ano com o Ibovespa na máxima histórica, juros caindo e influenciadores que divulgam jogo do tigrinho sendo presos.

Será que o Brasil deu certo e a gente não reparou? O que, de fato, aconteceu nesse ano?

Começamos com a posse do Lula, que contou com muita diversidade e que, embora vista na cerimônia, não se mostrou presente nas indicações e na composição do Governo.

Mal Lula ocupou a cadeira presidencial e Brasília foi tomada em ataques ao Congresso, Palácio do Planalto e STF.

Teve de tudo um pouco: quebradeira, roubo de toga de ministro até alguns defecando nas mesas de autoridades. O Brasil mostrou mais uma vez que não é para amadores.

Vale destacar que, quando o mercado se acalmava, veio o “erro contábil” que chacoalhou o varejo e o ambiente de crédito no país.

Enquanto as ações das Americanas derretiam, o Faria Limer congelava em Courchevel (França) e em outros destinos de esqui. Tiveram até a ousadia de inventar o beach tennis de neve, realmente esse ano prometia muitas surpresas.

Em fevereiro, o brasileiro médio se viu discutindo sobre SELIC, manifestantes de esquerda pedindo a cabeça do presidente do Banco Central e uma certa pressão institucional começava a se instaurar, mas logo foi contida, com a definição da meta de inflação e a manutenção da independência do BC.

Expectativa: taxação de grandes fortunas. Realidade: taxação de blusinhas de Shein. Essa pauta deu o que falar e o “enquadro” aos e-commerces chineses foi só a ponta do iceberg de uma agenda que visava aumentar a arrecadação para suportar o aumento de gastos públicos. Love taxes!

Vale o destaque positivo às aprovações do Arcabouço Fiscal, que ajudou a tranquilizar um pouco as coisas e mostrar que nossa economia não iria colapsar (ao menos no curto prazo) e à reforma tributária, pauta que circulava nas casas legislativas há anos. Claro que cabem críticas a ambos os projetos, mas é inegável que foram avanços importantes.

Na agenda financeira internacional vimos um quebra-quebra de bancos nos EUA e a compra do Credit Suisse pelo UBS, o que reforçou a segurança do bom e velho bancão brasileiro.

Banco do Brasil apresentou resultados expressivos, Itaú muito resiliente e apresentando resultados, BTG sendo uma “value & growth stock” e até o Nubank começou a dar lucro e calou alguns críticos

Ao longo do ano avançou (e muito) a agenda de inteligência artificial e o ChatGPT começou a colocar em xeque o seu trabalho. Se na corrida do ouro quem ficou rico foram os vendedores de pá, na corrida da AI quem está ficando muito rico é o vendedor de chip.

As ações da NVIDIA, principal empresa de design de microprocessadores, valorizaram mais de 200% e o tema tem inclusive pautado movimentos geopolíticos, aliás, esse campo anda bem movimentado.

A gente até esquece, mas Rússia e Ucrânia seguem em guerra. No Oriente Médio vemos toda a tensão entre Israel e Palestina, seus possíveis desdobramentos e ganhos de escala. Mais recentemente uma novela envolvendo Venezuela e Guiana esquentou as coisas por aqui. Enquanto isso o brasileiro segue em guerra, mas na internet, contra pessoas que pensam diferente de si.

Agora é seguir forte para a maratona de eventos sociais em dezembro e oficialmente deixar toda e qualquer obrigação ou problema para 2024.

Não mexam com mulher casada e cassinos online e cuidado com o suplemento que vocês têm tomado antes de ir pra academia!

Boas festas!