A ser realizada entre 5 e 7 de junho, a quarta edição do Catarina Aviation Show, evento de luxo da aviação executiva, está maior. Em quase tudo. De 2024 para cá, o espaço da feira cresceu de 8 mil para 17 mil metros quadrados e os expositores este ano somam 70 marcas. No entanto, o número de convidados — sim, só participa quem foi chamado — está menor. E a lista enxugou de propósito.

No ano passado, cerca de 6 mil pessoas passaram pelo aeroporto executivo internacional Catarina, na cidade de São Roque, no interior paulista. Agora, são esperadas 4,5 mil e cada uma só pode visitar a feira por um dia — uma restrição que não havia antes.

Organizado pela JHSF e NürnbergMesse, o evento, do qual o NeoFeed é parceiro de mídia, busca se tornar cada vez mais exclusivo. “Nós estamos trabalhando, ano a ano, para qualificar ainda mais esse público", diz Vinnicius Vieira, diretor do Catarina Aviation Show.

A estratégia faz sentido. Como a feira é um espaço dedicado aos negócios, nada mais natural do que convidar apenas quem tem cacife para desembolsar entre US$ 20 milhões e US$ 80 milhões por um avião, um carro ou iate de luxo.

O executivo conta que, pelo aeroporto pertencer à JHSF, grande parte do público da feira já faz parte do ecossistema da marca — ou é dona de propriedades no sofisticado complexo Fazenda Boa Vista, a meia hora dali, ou de imóveis nos condomínios Cidade Jardim e Fasano Cidade Jardim, na capital paulista. Muitos são frequentadores do aeródromo ou têm suas próprias aeronaves guardadas em um dos hangares do lugar.

Para cativar a atenção desses convidados, que já conhecem o que há de melhor no mundo, os organizadores do Catarina Aviation Show levarão para a feira algumas atrações de peso. O destaque do evento será o modelo ACJ TwoTwenty, da AirBus, que pela primeira vez é apresentado no Brasil.

Com 786 pés quadrados, do tamanho das aeronaves utilizadas na ponte aérea, o  avião foi remodelado para a aviação executiva. Entre os destaques da aeronave, ela tem um alcance de voo de 10,5 mil quilômetros, o que corresponde a cerca de 12 horas no céu. Com ele, é possível ir de Londres a Los Angeles, de Moscou a Jacarta ou de Tóquio a Dubai sem escalas.

Com capacidade para 18 passageiros, o modelo é três vezes maior do que um jato executivo de grande porte e conta com seis zonas, cada uma de 12 metros quadrados.

Outro avião que deve despertar a curiosidade é o Global 7500, da Bombardier, mesmo modelo que transportou o novo técnico da seleção brasileira, Carlos Ancelotti, na última semana.

ACJ TwoTwenty, da Airbus, é o destaque da feira este ano (Foto: Divulgação)

A aeronave da Airbus tem 73 m² de área de piso, três vezes mais espaço de cabine do que um jato executivo de grande porte (foto: Divulgação)

A primeira venda de um Gulfstream G700 no Brasil aconteceu no Catarina Aviaton Show de 2024 (Foto: Divulgação)

Helicóptero de oito lugares da Revo esteve presente em 2024 e pousará na feira também em 2025 (Foto: Divulgação)

A aeronave Junkers A50 Junior, do Dimor Group, faz parte dos modelos clássicos em exposição no evento (Foto: Divulgação)

Do lado dos expositores, a Dassault, TAM Aviação Executiva e Boeing são estreantes no Catarina Aviation Show. Além dos grandes nomes da aviação, fabricantes de carros e barcos de alto padrão estão confirmadas na feira. Entre elas, Aston Martin e Shaefer Yatchs.

“O consumidor está lá para conhecer as aeronaves, mas também consome outros produtos que estão sendo expostos no evento, já que, ao ter um avião ou helicóptero, ele atingiu o topo da pirâmide”, explica Vieira. “Um novo carro pode ser interessante para ele, assim como um barco e por aí vai.”

O Catarina Aviation Show se firmou com o espaço de apresentação das principais novidades do ano. Na edição 2024, o evento sediou, por exemplo, a assinatura da primeira aquisição de um Gulfstream G700 no país, por US$ 90 milhões.

Foi lá também que aconteceram o lançamento nacional do Bombardier Global 7500, a apresentação da nova tecnologia plug-in da Mercedes-Benz, a chegada do BMW 530e ao país, a exposição do carro voador da Gohobby e a estreia da embarcação OKEAN 57 na América do Sul.

O cuidado com a seleção dos convidados se estende aos expositores. O executivo conta que muitas marcas já quiseram participar, mas foram recusadas.

Segundo ele, não faz sentido levar uma empresa de manutenção de turbina, apesar de estar no mesmo setor, já que o visitante, o dono da aeronave, não precisa se preocupar com isso.

“O tomador de decisão da compra não é o mesmo da manutenção, então esse processo precisa ser bem pensado”, afirma Vieira. Assim, o Catarina Aviation Show vai focando cada vez mais em seu público-alvo com apenas um objetivo: fechar negócios com os UHNWs ("Ultra-High-Net-Worth").