A Hypera Pharma entrou na disputa pelos ativos da Takeda, cujo negócio de US$ 825 milhões foi anunciado nesta segunda-feira, 2 de março, aos 48 minutos do segundo tempo.

E, em tempo recorde, pouco mais de um mês, atropelou os concorrentes. Entre eles estavam os grupos brasileiros EMS, do empresário Carlos Sanches, e a Eurofarma.

Segundo uma fonte, que acompanhou de perto as negociações, a EMS estava com o negócio praticamente fechado, quando a Hypera entrou no jogo e com uma oferta melhor conseguiu vencer a disputa.

Com a transação, a Hypera se transforma no maior grupo farmacêutico brasileiro, com uma participação de 20% do mercado, com uma participação de cerca de 20% no segmento de medicamentos de balcão, também conhecido pela sigla OTC.

O negócio marca também a estreia da Hypera no mercado latino-americano, pois ela está ficando com uma fábrica da Takeda no México.

“O negócio era importante também por isso, pois os concorrentes da Hypera já têm uma presença fora do País”, diz uma fonte.

A transação também completa o portfólio da Hypera e marca a volta da companhia “aos tempos áureos das aquisições”. Segundo apurou o NeoFeed, a companhia também observa novos negócios nas áreas cardiológicas e oncológicas.

A compra dos ativos da Takeda complementa o portfólio da Hypera nas áreas cardiológicas, de diabetes e respiratória. Desde 2015, a companhia cresceu seu portfólio de medicamentos em 15%.

A estratégia é ter um portfólio completo para ter mais força de negociação com as grandes redes de farmácias, como a RD, dona das marcas Raia e Drogasil.

“Com a consolidação do varejo, a RD tem um poder muito grande. Eles comeram uns cinco a seis pontos de margem da indústria”, diz essa fonte. “Para a indústria, é importante ter marcas fortes e um portfólio completo, pois entra com mais poder de negociação.”

Marcas como Neosaldina, Dramin e Nesina fazem parte dos ativos da Takeda. Em dezembro do ano passado, a Hypera já havia fechado a aquisição das marcas Buscopan e Buscofem, outras marcas fortes, pelas quais pagou R$ 1,3 bilhão à Boehringer Ingelheim

A Hypera é dona da Neo Quimica, Mantecorp e outros laboratórios nacionais. No ano passado, faturou R$ 3,7 bilhões e lucrou R$ 1,1 bilhão. Suas ações subiam quase 10% com o negócio hoje na B3 por volta das 11h30. O valor de mercado da companhia estava em R$ 23,8 bilhões.

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