Com ações negociadas na Nasdaq, o Mercado Livre acumula, desde o início do ano, uma queda próxima de 22% em suas ações levando-se em conta o pregão da segunda-feira, 10 de janeiro. Mesmo com esse recuo no curto prazo, o Bank of America enxerga boas perspectivas para a companhia, avaliada em US$ 58,8 bilhões.
Em relatório, o banco manteve a recomendação de compra do papel e estipulou o preço-alvo da ação em US$ 2.000, o que representa uma valorização de quase 90% em relação à cotação do ativo ontem, no fechamento das negociações na bolsa de valores americana.
Para justificar essa avaliação, os analistas Robert E. Ford Aguilar, Melissa Byun e Guilherme Vilela, do banco americano, elencaram alguns componentes, que passam por questões como a infraestrutura logística e os novos segmentos que começam a ser explorados pelo braço de fintech do marketplace.
Nesse pacote, o relatório destaca, por exemplo, que o Mercado Livre mais do que dobrou sua infraestrutura de distribuição nos últimos doze meses, com recursos como novos mini-hubs e centros de atendimento ao consumidor e aos sellers.
“Essa infraestrutura está acelerando a entrega, melhorando a conversão e permitindo a inclusão de novas categorias e preços médios de venda cada vez mais baixos”, afirmam os analistas. Eles entendem que essa estrutura de última milha pode ampliar o mercado endereçável da empresa em 30%.
Já no segmento de produtos e serviços financeiros, o destaque do trio fica para novas ofertas relacionadas à carteira digital do Mercado Livre, que podem desencadear tanto a adoção como o maior uso dessa plataforma.
Uma dessas novidades foi lançada em novembro de 2021 e envolve a possibilidade de os usuários comprarem e venderem criptomoedas, entre elas, o Bitcoin, no marketplace e no Mercado Pago, sua plataforma financeira.
Os analistas observam ainda que o Mercado Livre está preparando alternativas adicionais de investimento, o que inclui um agregador de contas para os usuários pessoa física e um produto de folhas de pagamento para pequenas empresas.
O cartão de crédito do grupo também é mencionado. Nessa frente, o relatório estima que as emissões no mercado brasileiro cheguem a um volume de 500 mil cartões.
Ao mesmo tempo, os analistas têm boas expectativas quanto a movimentos recentes do Mercado Livre para trazer novos fluxos de receita de distribuição e publicidade, por meio de acordos e iniciativas realizadas com parceiros como a Disney, incluindo descontos e cashback nessas ações.