O BTG Pactual prometeu ao mercado entregar neste ano um retorno sobre o patrimônio (ROE) maior do que o de 2023. Se depender do resultado do primeiro trimestre, o banco está no caminho.
No período, o banco atingiu um ROE de 22,8%, superior em 0,1 ponto percentual do reportado no último balanço. Mesmo em um trimestre mais pressionado pelo aumento de custos (principalmente referentes a questões salariais), o BTG abre o ano com a indicação de que esse indicador deve subir nos próximos trimestres. E cumprir o guidance.
O que vai ajudar nessa conta é a expansão da receita. No primeiro trimestre, ela foi recorde. Houve um avanço de 22,7% em 12 meses, para R$ 5,9 bilhões. A despesa no mesmo período foi de R$ 2,2 bilhões, uma alta de 14% sobre o primeiro trimestre de 2023 (salários, bônus e benefícios foram quase 60% desse indicador).
Se nos próximos trimestres o comportamento dos custos ficar estável, como aconteceu nos anos anteriores, o BTG apresentará não apenas um ROE maior como também uma melhoria do seu índice de eficiência, que baixou de 38,2% para 37,5% (quanto menor, melhor) nos primeiros três meses do ano.
O lucro líquido ajustado da instituição financeira foi de R$ 2,9 bilhões, uma expansão de 27,7% sobre o mesmo período de 2023.
O primeiro trimestre do banco marca, também, uma recuperação expressiva do investment banking (IB), que cresceu 151% frente ao primeiro trimestre de 2023, para R$ 654 milhões, e 41% na comparação com o último trimestre.
O resultado é surpreendente, também, para a gestão do banco Na divulgação do balanço do último trimestre, o BTG estava bastante pessimista com o desempenho da área de IB no ano. “Tenho dúvidas se vamos conseguir fazer algo no primeiro trimestre”, disse Renato Cohn, CFO do BTG Pactual, no início de fevereiro deste ano.
Com um empurrão, principalmente, do segmento de debt capital market (DCM), que começou o ano em um ritmo bastante diferente ao do mesmo período de 2023, quando o mercado ficou parado em razão dos acontecimentos ligados à Americanas e Light.
Em paralelo, o número de M&As foi melhor do que o esperado (para o banco). Já o mercado de capitais continuou fraco: houve poucos follow ons e nenhuma oferta inicial de ações (IPOs), algo que não será diferente neste segundo trimestre.
Outro recorde batido pelo BTG no período foi o das receitas ligadas à área de wealth management e personal banking, que cresceu pelo 21º trimestre consecutivo. No período, elas atingiram R$ 879 milhões, um avanço de 26,7% em 12 meses.
Pelo nono trimestre consecutivo, o volume de captação da área de wealth management do BTG fica perto da casa dos R$ 30 bilhões. Foram R$ 27,7 bilhões de net new money (NNM) no primeiro trimestre de 2024.
No período há um fator não recorrente que aumenta o NNM para R$ 43,6 bilhões. O BTG incorporou neste balanço os R$ 15,9 bilhões referentes à aquisição da Órama Investimentos, em outubro de 2023.
A asset management, que no ano passado conseguiu ter mais entradas do que saídas, em uma direção oposta à da indústria de fundos de investimentos, começa o ano com uma captação de R$ 20,2 bilhões. Com isso, o total sobre gestão e administração do banco chega a R$ 1,6 trilhão em ativos.
No ano, a unit BPAC11 do BTG está em queda de 10%, mas em 12 meses a cesta de papéis sobe 31,5%. O valor de mercado do banco é de R$ 147 bilhões.