Após 25 anos à frente do Mercado Livre, Marcos Galperin deixará o cargo de CEO da gigante do e-commerce da América Latina.
Em comunicado divulgado na quarta-feira, 21 de maio, o Mercado Livre informou que a partir de 1º de janeiro de 2026, o cofundador da plataforma assumirá o novo papel de presidente executivo.
Para o seu lugar, a companhia elegeu Ariel Szarfsztejn. Atual presidente de comércio do Mercado Livre, ele entrou na companhia em 2017 e já ocupou os cargos de vice-presidente executivo de commerce, vice-presidente sênior de logística e vice-presidente e COO de logística.
“Ariel Szarfsztejn, de 43 anos e que se juntou à empresa em 2017, é a pessoa certa para liderar esta nova fase como CEO do Mercado Livre”, diz Galperin, em nota. “Ele possui a capacidade, a liderança e a cultura necessárias para guiar a empresa por muitos anos.”
No comunicado, o Mercado Livre informa que Galperin e Szarfsztejn trabalharão juntos na transição do comando para garantir a continuidade da operação. Após esta fase, Galperin assumirá como presidente executivo, “profundamente envolvido na empresa, focando na estratégia, na evolução do produto, na cultura e no impulso da inteligência artificial para continuar transformando o negócio”.
Galperin começou a desenvolver a ideia do Mercado Livre junto com outros três colegas, quando estudavam na Universidade de Stanford, nos Estados Unidos, onde ele conseguiu seu MBA. Antes de fundar a empresa, ele trabalhou no J.P. Morgan Securities em Nova York e na estatal argentina YPF.
A empresa foi fundada em 1999 e começou suas operações em uma garagem no bairro de Saavedra, na cidade de Buenos Aires. Inicialmente uma plataforma de compra e venda de produtos usados, a companhia evoluiu para se tornar o maior marketplace da América Latina.
Ao longo do caminho, o Mercado Livre foi expandindo suas operações, agregando desde serviço de fulfillment até um braço financeiro, com o Mercado Pago, e operação de publicidade.
A companhia abriu seu capital em 2007. As ações foram precificadas em US$ 18, levantando cerca de US$ 300 milhões. Desde então, a companhia explodiu de valor, com as ações fechando o pregão de hoje em US$ 2.587, levando a um valor de mercado de US$ 131,9 bilhões, sendo a empresa mais valiosa da América Latina.
A companhia possui operações em 18 países, tendo o Brasil como seu principal mercado. Em 2024, a operação brasileira apurou uma receita líquida de R$ 61,4 bilhões, o que representa uma fatia de 55% da receita total do Mercado Livre no período.
Por conta disso, a companhia investe forte no País. Em abril, o grupo anunciou um plano de investimento de R$ 34 bilhões a ser aplicado em 2025. O montante representa um crescimento de 48% sobre o volume de recursos investido na operação em 2023 e traduz o maior aporte já realizado pela empresa no mercado local.