Depois de rebaixarem as ações da Companhia Brasileira de Alumínio (CBA) em abril do ano passado, e os papéis terem sub performado o Ibovespa em 53% em 12 meses, os analistas do Itaú BBA passaram a ter uma visão otimista em relação à produtora de alumínio controlada pelo Grupo Votorantim.

Com a empresa apresentando boas perspectivas operacionais, após ter enfrentado uma “tempestade perfeita” no ano passado, e um valuation atrativo, os analistas Edgard Pinto de Souza, Daniel Sasson, Marcelo Furlan Palhares e Bárbara Soares decidiram elevar a recomendação de neutro para compra.

O preço-alvo também passou por uma revisão positiva, subindo de R$ 4,70 para R$ 7, o que pressupõe em um upside de 37,2% em relação ao preço em que as ações fecharam o pregão de quarta-feira, 8 de maio.

“A combinação de uma persistente inflação de custos e baixos preços do alumínio resultaram na queda dos resultados da CBA ao longo dos últimos trimestres”, diz trecho do relatório. “No entanto, começamos a ver ‘ventos de cauda’ para a empresa, com a melhora do preço do alumínio e a queda nos custos de produção.”

Os analistas afirmam que a rentabilidade da CBA deve melhorar nos próximos trimestres com a combinação de estoques de alumínio líquido – o estágio anterior antes da transformação em produtos primários – com custos mais baixos com a previsão de preços maiores para o alumínio.

A expectativa é de que o preço da commodity se beneficie da perspectiva de aumento da demanda ao longo do ano, em meio às sanções aplicadas por Estados Unidos e Reino Unido à Rússia, um dos principais produtores globais de alumínio, e níveis menores de estoques pelo mundo. Os analistas do Itaú BBA elevaram suas projeções para o preço do alumínio em 2024 de US$ 2.250 a tonelada para US$ 2.350 a tonelada.

No caso dos custos, a CBA registrou no primeiro trimestre uma queda de 13% nos gastos médio para a produção de alumínio líquido em relação ao mesmo período de 2023, em função da estabilização das salas fornos e menores preços dos insumos.

“Nossa estimativa para o Ebitda em 2024 é de R$ 1,2 bilhão, um aumento de 66% em relação à nossa estimativa anterior”, diz trecho do relatório. “O cenário deve ajudar a estabilizar a geração de fluxo de caixa livre e reduzir a necessidade de um potencial aumento de capital, algo que trazia preocupação para alguns investidores.”

A recuperação operacional da CBA ocorre no momento em que as ações da companhia estão em patamares considerados atrativos. Os analistas do Itaú BBA destacam que os papéis estão sendo negociados a um múltiplo EV/Ebitda para 2024 de 5,2 vezes, abaixo da faixa de 6 vezes a 6,5 vezes que eles consideram justo.

Por volta das 12h30, as ações CBAV3 subiam 4,12%, a R$ 5,31. No ano, elas acumulam alta de 5,57%, levando o valor de mercado da empresa a R$ 3,4 bilhões.